Loureiro: uma casta versátil, acima de tudo
Loureiro é uma casta de grande qualidade, uma das principais responsáveis pela afirmação dos Verdes brancos nas últimas décadas. E também a variedade destacada nos oito vinhos avaliados nesta prova.
A casta loureiro, oriunda do noroeste de Portugal, já é conhecida desde o século XVIII, assumindo hoje particular importância na região demarcada dos Vinhos Verdes, preferencialmente entre os rios Lima e Cávado. Muito versátil, é capaz de produzir vinhos simples e descontraídos, mas também outros de maior estrutura, mas sempre com qualidade.
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A casta loureiro, oriunda do noroeste de Portugal, já é conhecida desde o século XVIII, assumindo hoje particular importância na região demarcada dos Vinhos Verdes, preferencialmente entre os rios Lima e Cávado. Muito versátil, é capaz de produzir vinhos simples e descontraídos, mas também outros de maior estrutura, mas sempre com qualidade.
Os seus aromas intensos e perfumados passam pelas notas de loureiro (daí o nome), de flores e frutos citrinos. Com personalidade vincada, cheia de frescura e equilíbrio, faz também que seja utilizada tanto na produção de vinhos de monocasta como para dar maior expressão a vinhos de blend.
Nesta prova houve de tudo um pouco. Vinhos mais descontraídos, simples e correctos; mas também outros mais gastronómicos, com acidez e secura mais presentes. Foram estes últimos que se destacaram na prova, mais indicados para paladares exigentes que procuram uma loureiro mais estruturada, fresca e elegante, caso do Quinta do Ameal Loureiro (um dos melhores vinhos produzidos na sub-região do Vale do Lima, com acidez viva, secura e mineralidade) e do Casa de Paços Loureiro Reserva Vinhas Velhas (proveniente da sub-região do Cávado, um branco mais austero, igualmente seco, com uma estrutura marcada pela madeira muito bem integrada). Nestes vinhos, peixes gordos ou carnes leves harmonizam bem.
Já os vinhos mais simples sobressaíram por diferentes razões. A maioria revelou aromas intensos a fruta e flores, leveza e frescura no paladar, assim como a presença de gás carbónico – ainda tão ao gosto da maioria dos consumidores – em menor ou maior intensidade. Caso do Via Latina, o mais descontraído de todos, com aquele estilo bem conhecido, leve e com gás, intensos aromas e sabores frutados, a pedir dias de calor e saladas ou pratos de marisco.
Por último, o mais sério entre os descontraídos, o Adega Cooperativa Ponte da Barca Loureiro Premium 2020, que revela bem o bom trabalho que o produtor tem vindo a realizar nos últimos anos, e que dá a conhecer um branco leve e suave, mas consistente. Resumindo, um misto de vinhos que se adapta a todos os gostos e bolsos.
Este artigo foi publicado no n.º 1 da revista Singular. Download disponível aqui.