A democracia é o regime da civilidade

Durante algum tempo, debatemos a crise das democracias liberais como se fosse um mal estrangeiro do qual estávamos imunes.

1. Esquecemo-nos demasiadas vezes que a democracia liberal é o regime da moderação contra os extremos. Tendemos a tomar a parte pelo todo. Se a liberdade de expressão e a imprensa livre são duas das suas condições basilares, então não há distinção entre as suas manifestações, sendo todas igualmente aceitáveis. No meio desta “liberdade” geral, diluem-se as fronteiras entre a moderação e o extremismo, entre a civilidade e a boçalidade, legitimando por igual todas as opiniões e todas as formas de exprimi-las. A democracia não é o regime do vale tudo. E quando passa a ser, os extremos que normalmente a contestam encontram muito mais facilmente o seu lugar. Em Portugal vivemos hoje um desses momentos de relativa desorientação, que se expressa em dois efeitos simultâneos – a cacofonia infernal do debate público; a entrada em cena de uma nova força extremista de direita.

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1. Esquecemo-nos demasiadas vezes que a democracia liberal é o regime da moderação contra os extremos. Tendemos a tomar a parte pelo todo. Se a liberdade de expressão e a imprensa livre são duas das suas condições basilares, então não há distinção entre as suas manifestações, sendo todas igualmente aceitáveis. No meio desta “liberdade” geral, diluem-se as fronteiras entre a moderação e o extremismo, entre a civilidade e a boçalidade, legitimando por igual todas as opiniões e todas as formas de exprimi-las. A democracia não é o regime do vale tudo. E quando passa a ser, os extremos que normalmente a contestam encontram muito mais facilmente o seu lugar. Em Portugal vivemos hoje um desses momentos de relativa desorientação, que se expressa em dois efeitos simultâneos – a cacofonia infernal do debate público; a entrada em cena de uma nova força extremista de direita.