Covid-19: estudantes de saúde em estágios de risco reclamam acesso a vacinação
Existem actualmente cerca de dez mil estudantes de saúde, incluindo estudantes de Medicina, Medicina Dentária, Ciências Farmacêuticas e Enfermagem, que não se encontram contemplados nos grupos prioritários do plano de vacinação contra a covid-19, “embora estejam sob o mesmo risco que os profissionais de saúde”.
O Fórum Nacional de Estudantes de Saúde (FNES) e o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) defenderam esta sexta-feira que os estudantes em estágios curriculares de risco devem ser equiparados aos profissionais de saúde no acesso à vacinação.
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O Fórum Nacional de Estudantes de Saúde (FNES) e o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) defenderam esta sexta-feira que os estudantes em estágios curriculares de risco devem ser equiparados aos profissionais de saúde no acesso à vacinação.
“O acesso dos estudantes de saúde à vacina contra a covid-19 também tem de ser uma prioridade”, afirmou a presidente do CNJ no comunicado em que as duas entidades defendem que alertam para a necessidade de os jovens que se encontrem em estágios curriculares de risco serem equiparados aos profissionais que acompanham no decorrer da sua formação.
A medida, defendeu a mesma responsável, “contribui para garantir a segurança destes estudantes que se encontram em formação no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nas estruturas de apoio, bem como a dos utentes que com eles contactam”.
De acordo com as duas organizações de juventude existem actualmente cerca de dez mil estudantes de saúde que não se encontram contemplados nos grupos prioritários do plano de vacinação contra a covid-19, “embora estejam sob o mesmo risco que os profissionais de saúde”.
O grupo de estudantes na linha da frente em estágios de formação engloba, essencialmente, estudantes de Medicina, Medicina Dentária, Ciências Farmacêuticas e Enfermagem.
No âmbito de estágios curriculares que os colocam em proximidade com os doentes, estes alunos "encontram-se não só em risco de contrair a doença, mas também de se constituírem importantes vectores e veículos de transmissão comunitária, agravando as circunstâncias pandémicas e contribuindo para o aumento da saturação que já se verifica no SNS”, refere a presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), Catarina Dourado, citada no comunicado em representação do FNES.
A Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) divulgou, no mesmo comunicado, que o pedido de equiparação destes alunos aos profissionais de saúde, para efeitos de vacinação, já foi endereçado ao Ministério da Saúde e à task force para o plano de vacinação.
As organizações encontram-se agora a contactar todos os grupos parlamentares “para os sensibilizar” para estas preocupações, tendo sido formalizado um pedido de audiência à Comissão Parlamentar da Saúde, informou a presidente da APEF e representante da Comissão Política do FNES, Carolina Simão.
O Conselho Nacional de Juventude é a plataforma representativa das organizações de juventude de âmbito nacional. O Fórum Nacional de Estudantes de Saúde é uma estrutura nacional de colaboração e cooperação entre os estudantes das várias áreas da saúde, congregando as associações e federações representativas dos estudantes de Medicina (ANEM), de Medicina Dentária (ANEMD), de Nutrição (ANEN), de Psicologia (ANEP), de Ciências Farmacêuticas (APEF), de Medicina Veterinária (FAMV) e de Enfermagem (FNAEE).