Covid-19: Apesar da diminuição do número de casos, Açores restringem medidas no Carnaval
A única situação “preocupante” é na vila de Rabo de Peixe, São Miguel, que vai continuar com cordão sanitário. No restante arquipélago, as medidas vão ser flexibilizadas à excepção do período de Carnaval, onde vigorarão novas restrições.
Com as recuperações a ultrapassar os novos infectados, o número de casos activos de covid-19 nos Açores tem baixado semana após semana. Se no continente as restrições continuam elevadas, nos Açores há uma (quase) normalidade da vida em tempos de pandemia. É uma região em contraciclo com o resto do país.
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Com as recuperações a ultrapassar os novos infectados, o número de casos activos de covid-19 nos Açores tem baixado semana após semana. Se no continente as restrições continuam elevadas, nos Açores há uma (quase) normalidade da vida em tempos de pandemia. É uma região em contraciclo com o resto do país.
“É uma descida significativa e consistente de casos resultante dos comportamentos dos açorianos”, enalteceu esta quinta-feira Clélio Meneses, secretário regional da Saúde do governo açoriano, no balanço semanal da pandemia no arquipélago. Actualmente, os Açores têm 118 casos de covid-19: 98 em São Miguel, 15 na Terceira, dois no Faial e três em São Jorge. A 25 de Novembro, período pré-Natal, eram 299 os infectados. Há uma semana, a 4 de Fevereiro, registavam-se 335 casos. O máximo atingido pela região foi a 18 de Janeiro, com 916 casos de covid-19.
Mas há uma excepção no arquipélago: a freguesia de Rabo de Peixe, a norte da ilha de São Miguel, que continua a ser uma “situação preocupante”, segundo o responsável político da Saúde na região. O cordão sanitário que isola uma parte daquela vila piscatória vai ser prolongado pelo menos até ao Carnaval porque a freguesia continua a ter um rácio de mais de 100 casos por 100 mil habitantes. “Há uma descida de casos, mas ainda não é o suficiente”, afirmou Clélio Meneses, uma vez que há uma semana a freguesia somava 163 casos, enquanto agora regista 61 infectados. Todas as outras freguesias dos Açores têm, no máximo, cinco casos activos.
Rabo de Peixe está com cerca sanitária desde 13 de Janeiro, mas no início de Fevereiro o cordão sanitário passou a ser restrito a apenas uma parte da freguesia. A cerca será “reavaliada após o Carnaval”, assegurou o governante.
Devido à situação em Rabo de Peixe, o concelho da Ribeira Grande vai continuar com as escolas encerradas. É o único: em todos os outros concelhos do arquipélago as escolas estão abertas em todos os níveis de ensino. Isto porque, exceptuando a Ribeira Grande, todos os concelhos açorianos são agora considerados de baixo-risco, o que permite, por exemplo, que os restaurantes todos em São Miguel funcionem até às 22h – até aqui estavam a encerrar às 20h00. “Estamos claramente numa situação diferente do resto do país, incluído da região autónoma da Madeira. É por isso necessário continuar este caminho, este esforço, não podemos baixar a guarda”.
Restrições no Carnaval
Ainda assim, o governo regional quer evitar um aumento do número de casos devido ao período festivo do Carnaval, como aconteceu a seguir ao natal e ao ano novo. Nos próximos dias, vão entrar em vigor novas restrições em todo o arquipélago, mesmo nas ilhas que não tenham qualquer caso, como no Pico, no Corvo, as Flores, Santa Maria ou Graciosa.
A partir das 20h de sexta-feira e até domingo, vão ser encerrados os cafés, restaurantes e todo o comércio não essencial. Na segunda e terça-feira, vão voltar a reabrir, mas com encerramento obrigatório às 15h para os restaurantes e cafés e às 20h para o restante comércio. Há também o regresso do recolher obrigatório ao arquipélago: de sexta-feira até à terça-feira de Carnaval vai vigorar a proibição de circulação das 20h até às 5h do dia seguinte. “Este não é ano para festejar o carnaval”.
Questionado pelos jornalistas, Clélio Meneses confirmou a presença da nova variante inglesa no arquipélago, mas desvalorizou a questão, porque não é um “grande problema”. “Apesar de se ter identificado a chegada aos Açores na nova variante isto não implicou um aumento de casos”, disse, glorificando a população em seguida: “o comportamento dos açorianos é claramente mais forte do que qualquer variante”.
Desde o início da pandemia já foram identificados 3,754 casos e 29 pessoas já morreram com covid-19 nos Açores.