Governantes desrespeitam distanciamento de segurança na vacinação de bombeiros

Dois ministros, dois secretários de Estado e uma vasta comitiva deslocaram-se ao Centro de Saúde da Damaia para verem os primeiros bombeiros a serem vacinados.

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A comitiva governamental no Centro de Saúde da Damaia LUSA/RODRIGO ANTUNES

A ministra da Saúde, o ministro e a secretária de Estado da Administração Interna, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e a comitiva que os acompanhava desrespeitaram na manhã desta quinta-feira a regra do distanciamento de segurança anticovid no início da vacinação dos Bombeiros, no Centro de Saúde da Damaia, no concelho da Amadora.

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A ministra da Saúde, o ministro e a secretária de Estado da Administração Interna, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e a comitiva que os acompanhava desrespeitaram na manhã desta quinta-feira a regra do distanciamento de segurança anticovid no início da vacinação dos Bombeiros, no Centro de Saúde da Damaia, no concelho da Amadora.

Durante cerca de 20 minutos e num momento em que os portugueses cumprem mais um estado de emergência — havendo já outro a caminho , os governantes e cerca de três dezenas de acompanhantes, nomeadamente jornalistas, andaram praticamente em cima uns dos outros, ignorando por completo uma das regras que o Governo (e o consenso científico) considera essencial para evitar o contágio da covid-19: cumprir, no mínimo, um distanciamento de segurança entre cada pessoa de pelo menos dois metros.

A situação verificou-se antes, durante e no final da acção de vacinação de 20 membros dos Bombeiros Voluntários da Amadora, numa cerimónia que marcou o arranque da vacinação dos bombeiros que, segundo o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, vai envolver nas próximas duas semanas 15 mil destes operacionais.

O desrespeito pelo distanciamento de segurança indignou a delegada de saúde da Amadora, Etelvina Calé, que, ainda antes de a cerimónia começar, já se manifestava contra o facto de os jornalistas estarem a recolher imagens do primeiro bombeiro a ser vacinado em cima uns dos outros.

Já com os governantes e comitiva dentro da pequena sala, a delegada de saúde afirmava a quem a queria ouvir: “Se um tiver covid vai tudo para casa. Isto é tudo aquilo que nós dizemos que não se pode fazer.”

Já no final a cerimónia, o PÚBLICO questionou os governantes sobre o desrespeito total da regra e se não achavam estar a dar um mau exemplo aos portugueses. Respondeu a ministra da Saúde, Marta Temido, da seguinte forma: “Há dois aspectos a sublinhar: a forma como todos temos de controlar a temperatura à entrada, utilizar as máscaras, de nos mantermos separados, de não nos aproximarmos uns dos outros; e também falarmos daquilo que são as coisas boas que vão acontecendo no nosso país.”

Antes de ser questionada pelo PÚBLICO, a ministra da Saúde tinha afirmado que, mesmo com a vacinação, “há aspectos que não se podem descurar”. No que diz respeito à “manutenção das regras da saúde pública, mesmo após a vacinação, é importante que as pessoas tenham presente que não podem deixar de cumprir o distanciamento físico, o arejamento de espaços, a utilização de máscara e a higienização das mãos”.

Marta Temido admitiu também ter havido “tropeções” no processo de vacinação. “Às vezes, os passos dados no processo de vacinação têm tropeções que o Governo gostaria de evitar, mas não podemos perder de vista aquilo que é a meta a que devemos chegar”, disse Marta Temido, reafirmando o objectivo de, “no final do Verão, ter 70% da nossa população vacinada”.

Já o ministro da Administração Interna garantiu que nas próximas duas semanas serão vacinados 15 mil bombeiros.