Portugal continua a ser o pior no mapa europeu da covid-19, mas melhorou um pouco
Avaliação semanal do Centro Europeu de Controlo e Prevenção das Doenças sobre situação epidemiológica mostra que o país ainda continua a liderar na taxa de infecções e óbitos.
Houve uma melhoria, mas Portugal continuou a ser o país europeu com a pior situação epidemiológica nos últimos dados disponibilizados esta quinta-feira pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), relativos à primeira semana de Fevereiro. A taxa de notificação de novos casos a 14 dias por cem mil habitantes foi de 1190,09, a mais alta das três dezenas de países considerados, mas houve uma descida em relação à semana anterior, quando chegou a 1652,47.
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Houve uma melhoria, mas Portugal continuou a ser o país europeu com a pior situação epidemiológica nos últimos dados disponibilizados esta quinta-feira pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), relativos à primeira semana de Fevereiro. A taxa de notificação de novos casos a 14 dias por cem mil habitantes foi de 1190,09, a mais alta das três dezenas de países considerados, mas houve uma descida em relação à semana anterior, quando chegou a 1652,47.
No indicador das mortes por milhão houve também uma descida em Portugal: o valor mais recente é de 334,45, quando na última semana de Janeiro era de 362,86 (na semana anterior era de 247,55). Na Eslováquia e na Espanha o número de mortes aumentou. Mas o mapa de Portugal, que na semana anterior estava completamente pintado de vermelho escuro, sinalizando a gravidade da situação, tem agora algum alívio, com o Algarve e o Norte do país com um encarnado já menos escuro.
A média dos 30 países é muito inferior, em ambos os casos: 358,97 no que se refere aos novos casos por 100 mil habitantes (era de 402 na semana anterior) e a taxa de mortes por milhão de habitantes fica-se por 100,32 (o valor mais recente era de 103).
Portugal continua ainda assim na lista dos países em que há altos níveis de infecção (pelo menos mais de 60 casos por 100 mil habitantes), ou em que houve aumento de casos, entre as pessoas com mais de 65 anos.
Segundo dados apresentados por André Peralta Santos, da Direcção-Geral da Saúde, na última reunião no Infarmed, na terça-feira, o pico dos casos de infecção em Portugal terá sido atingido a 29 de Janeiro, e estamos agora numa trajectória descendente. O confinamento com regras mais restritas, com as escolas encerradas, teve início a 22 de Janeiro – esses efeitos vêm a reflectir-se nos números da pandemia. O actual confinamento poderá acabar só após a Páscoa, que este ano é a 4 de Abril.
Por outro lado, o director da Organização Mundial da Saúde na Europa, Hans Kluge, anunciou numa conferência de imprensa na Internet nesta quinta-feira que uma análise de dados de 20 países europeus revela que a taxa de hospitalização devido à covid-19 caiu de 13 para 11 por cada 100 mil pessoas, da terceira para a quarta semana de Janeiro. O que é bom, mas não é motivo para abrandar os esforços. “É uma descida, claro, mas os nossos hospitais continuam a ter muitas dificuldades”, disse Hans Kluge.
Segundo os dados do ECDC, havia na primeira semana de Fevereiro em 24 dos 30 países europeus considerados 9,7 pacientes por cada 100 mil habitantes internados nos cuidados intensivos devido à covid-19. Portugal era um dos países em que a taxa de ocupação de novos internamentos em cuidados intensivos continuava a aumentar.
Já foram entretanto administradas 41 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 na Europa – o que é já mais do que número total de casos da doença registados no continente europeu, disse Hans. “Este é o momento para acelerar e aumentar a escala da produção de vacinas”, salientou.
“As vacinas são o caminho para uma saída mais rápida desta pandemia. Mas só se garantirmos que todos os países, seja qual for o seu nível de riqueza, têm acesso a elas”, frisou Hans Kluge. Quanto mais pessoas continuarem sem ser vacinadas, mais oportunidades tem o vírus SARS-CoV-2 de sofrer mutações e criar variantes que podem tornar-se mais perigosas – como as que já surgiram no Reino Unido ou na África do Sul, por exemplo, que são as que actualmente causam maior preocupação –, sublinhou.
“Apelamos a um esforço conjunto europeu para pôr os programas de vacinação no caminho certo, novos esforços e parcerias público-privadas são agora mais necessárias que nunca”, apelou. Disse que a OMS está a tentar identificar empresas com fábricas mais pequenas mas com capacidade de produção e qualidade suficientes para “ajudar a fabricar os componentes das vacinas” na Europa. “A chave aqui é solidariedade e pragmatismo, para criar sinergias na capacidade de produção de vacinas”, afirmou.
Preocupadas com o acesso dos países da vizinha da União Europeia às vacinas contra a covid-19, a OMS e a União Europeia formalizaram um programa, no valor de 40 milhões de euros, para os próximos três anos, que tem entre os destinatários países como a Arménia, o Azerbaijão, a Bielorrússia, a Geórgia, a Moldávia e a Ucrânia. “É um complemento do trabalho que está a decorrer através da iniciativa COVAX para a distribuição de vacinas, com um foco inicial na prontidão, campanhas de informação, fornecimento e formação de trabalhadores de saúde para a administração de vacinas”, disse Hans Kluge.