Porto prepara-se para vacinar 2000 pessoas por dia no primeiro drive-thru do país

O município apresentou, esta quarta-feira, o primeiro centro de vacinação drive-thru do país, no Queimódromo do Porto, pronto para funcionar “mal haja vacinas”. Deverão ser montadas duas unidades similares no Palácio de Cristal e em São Roque da Lameira.

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Daniel Rocha

O primeiro centro de vacinação móvel do país está pronto a entrar em funcionamento e é composto por 12 linhas de vacinação que, uma vez activadas, permitirão administrar cerca de 2000 vacinas por dia. O anúncio foi feito por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), esta quarta-feira, em conferência de imprensa de apresentação daquela unidade instalada no Queimódromo do Porto. “Olhando às necessidades de vacinação, compreendemos que o país terá de ter a capacidade de vacinar entre 55 mil e 60 mil pessoas por dia [para ter 65% da população vacinada até 21 de Setembro, prazo estimado pelo Governo], o que não é compaginável com o que está a acontecer numa fase em que há poucas vacinas e em que a resposta é dada, sobretudo, por hospitais e centro de saúde”, elaborou o autarca. 

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O primeiro centro de vacinação móvel do país está pronto a entrar em funcionamento e é composto por 12 linhas de vacinação que, uma vez activadas, permitirão administrar cerca de 2000 vacinas por dia. O anúncio foi feito por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), esta quarta-feira, em conferência de imprensa de apresentação daquela unidade instalada no Queimódromo do Porto. “Olhando às necessidades de vacinação, compreendemos que o país terá de ter a capacidade de vacinar entre 55 mil e 60 mil pessoas por dia [para ter 65% da população vacinada até 21 de Setembro, prazo estimado pelo Governo], o que não é compaginável com o que está a acontecer numa fase em que há poucas vacinas e em que a resposta é dada, sobretudo, por hospitais e centro de saúde”, elaborou o autarca. 

O centro drive-thru, o primeiro do género em Portugal, é uma resposta articulada entre a autarquia, o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), o Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) e a Unilabs Portugal e vai permitir ao município contribuir para a “campanha de vacinação intensa” necessária para cumprir a meta nacional. Para agilizar o processo, defende Rui Moreira, “é preciso ter recurso a outras estruturas”, libertando tempo e meios dos hospitais e centros de saúde para que estes se possam dedicar, exclusivamente, ao tratamento de doentes. Este cenário já tinha sido equacionado por Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, que admitiu, em entrevista à TVI, poder vir a recorrer a “outros agentes que possam vacinar, tais como as farmácias”, para maximizar a capacidade de vacinação.

Operação arranca “logo que haja vacinas”

O sistema móvel está em linha com o que está a ser feito “em Israel e na cidade de Nova Iorque” e deveria ser testado a 15 de Fevereiro, com a vacinação de cerca de 3500 agentes da PSP, entidade que pediu a colaboração da Câmara do Porto para encontrar um espaço onde pudesse efectuar a operação. Na tarde de terça-feira, Paula Peneda, Comandante Distrital da PSP, comunicou à CMP o cancelamento da acção de vacinação, afirmando que “tinha recebido ordens superiores em sentido contrário”. Apesar da alteração dos planos, o município garante estar “em condições de pôr a coisa a funcionar, logo que haja vacinas”. “O que não pode acontecer é termos vacinas a chegar e não estarmos preparados”, reiterou Rui Moreira.

No local, o processo será operacionalizado pela autarquia, que contará com o apoio dos centros hospitalares de São João e Santo António na consultoria e formação de profissionais de saúde, com base na experiência adquirida na primeira fase de vacinação, e da Unilabs na gestão da operação, a nível de logística, organização de fluxo de utentes e de técnicos de vacinação no espaço. Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, elogiou a “vontade de prevenção” do município, que “de forma pioneira acaba por implementar aqui este sistema antes dessa necessidade [concreta existir]”.

Centros chegam às três zonas da cidade

Adicionalmente, a Câmara Municipal do Porto “está disponível para triplicar a capacidade e abrir mais dois centros como este”, podendo alcançar as 6000 vacinas por dia. “Com três centros destes conseguimos vacinar toda a população do Porto em dois meses”, justifica Rui Moreira. Para o efeito, deverão ser montadas mais duas unidades de vacinação, uma walk-thru​ no Palácio de Cristal, “onde as pessoas não precisam de entrar com os carros, porque há transportes por perto, e uma proximidade estratégica com o Hospital de Santo António”, e uma ​drive-thru no antigo parque de recolha da STCP em São Roque da Lameira, que está actualmente a ser transferido para CMP.

A distribuição dos centros de vacinação pelas três zonas da cidade, oriental, central e ocidental, “vai ser mais cómoda para as pessoas”, acredita o autarca. Mas, apesar de nascer como “uma resposta do Porto” ao desafio da vacinação massificada, o centro drive-thru​ do Queimódromo poderá ser usado por outros municípios, estando a Unilabs disponível para fornecer o plano deste modelo aos que desejem replicá-lo no seu território. 

Até ao momento, a câmara do Porto havia prestado apoio ao processo de vacinação com a disponibilização da Escola Básica António Aroso ao Agrupamento de Centros de Saúde (Aces) do Porto Ocidental e de uma tenda para recobro ao Aces do Porto Oriental. O novo centro de vacinação junta-se, assim, ao centro de rastreio drive-thru que funciona no Queimódromo desde Abril de 2020.