Cooperação militar com Moçambique contra o jihadismo sem limitação de tempo

O apoio português continuará enquanto as duas partes entenderem que se deve manter.

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Ministro da Defesa Nacional esteve em Maputo em Dezembro Rui Gaudencio

Não há uma limitação de tempo na cooperação militar de Portugal com Moçambique na luta contra o jihadismo que assola o norte do país, mais concretamente a região de Cabo Delgado. O PÚBLICO sabe que as duas partes não definiram um horizonte temporal. “Continuará enquanto as duas partes assim o entenderem” é a fórmula utilizada que, por si só, traduz a delicada situação no terreno e a urgência deste apoio.

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Não há uma limitação de tempo na cooperação militar de Portugal com Moçambique na luta contra o jihadismo que assola o norte do país, mais concretamente a região de Cabo Delgado. O PÚBLICO sabe que as duas partes não definiram um horizonte temporal. “Continuará enquanto as duas partes assim o entenderem” é a fórmula utilizada que, por si só, traduz a delicada situação no terreno e a urgência deste apoio.

A delegação liderada pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, já regressou a Lisboa, mas continuou mais uns dias em Maputo a missão dirigida pelo general dos Comandos Marco António Serronha, responsável pelo Comando Conjunto para as Operações Militares, entretanto também já regressada.

Como o PÚBLICO já noticiara, este mês de Fevereiro vai ser ocupado com o desenho do apoio português, incluindo para formação, e cálculos de efectivos a serem enviados. Numa primeira fase, vão ser formadas e treinadas unidades especiais moçambicanas do Exército e de fuzileiros, da Marinha.

Contudo, está ainda previsto garantir a capacidade de ligação e coordenação entre meios terrestres e aéreos, formação em contraterrorismo, comunicação estratégica, Direitos Humanos e igualdade de género, aspectos de que as Forças Armadas de Moçambique carecem. Assim, as equipas de formadores serão constituídas por elementos dos três ramos com valências transversais: forças especiais do Exército, fuzileiros da Marinha e elementos da Força Aérea, cujo número ainda está em avaliação.

Este trabalho está a ser planeado pela Direcção-Geral de Política de Defesa Nacional do Ministério da Defesa Nacional, tutelado por João Gomes Cravinho, em articulação com o Estado-Maior General das Forças Armadas. Depois constará de um novo programa-quadro de Cooperação no domínio da Defesa no horizonte 2021-2025, a ser assinado aquando da visita do ministro moçambicano da Defesa, Jaime Bessa Neto, a Lisboa, provavelmente até Abril, depois da estadia de Gomes Cravinho em Maputo, no início de Dezembro.

Portugal pretende, ainda, aproveitar o semestre da presidência do Conselho Europeu para deixar concluído o tipo e meios de apoio que a União Europeia pode oferecer a Moçambique na sequência de um apelo daquele país. Foi neste âmbito que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, visitou recentemente a capital moçambicana, tendo em cima da mesa a segurança marítima e reforço de equipamentos.