Diogo Costa Amarante, Susana Nobre e Welket Bungué na Berlinale 2021

A 71.ª edição do festival alemão começou a anunciar a sua programação para um ano atípico. Diogo Costa Amarante volta a estar na liça para o Urso de Ouro das Curtas e há mais três filmes portugueses escalados para o Forum.

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Depois de, em 2020, ter lançado a longa-metragem A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, para um invejável percurso internacional, a edição 2021 do Festival de Berlim volta a apostar no cinema português, com nada menos do que quatro títulos. Será na competição de curtas Berlinale Shorts que Luz de Presença, a nova curta-metragem de Diogo Costa Amarante, terá a sua estreia mundial. É a terceira vez que o cineasta português se apresenta na secção, depois de ter vencido o Urso de Ouro das Curtas em 2017 por Cidade Pequena e de ter estado a concurso em 2014 com As Rosas Brancas

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Depois de, em 2020, ter lançado a longa-metragem A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, para um invejável percurso internacional, a edição 2021 do Festival de Berlim volta a apostar no cinema português, com nada menos do que quatro títulos. Será na competição de curtas Berlinale Shorts que Luz de Presença, a nova curta-metragem de Diogo Costa Amarante, terá a sua estreia mundial. É a terceira vez que o cineasta português se apresenta na secção, depois de ter vencido o Urso de Ouro das Curtas em 2017 por Cidade Pequena e de ter estado a concurso em 2014 com As Rosas Brancas

Entretanto, No Táxi de Jack, a nova longa-metragem da realizadora Susana Nobre, foi também seleccionada para a secção paralela Forum, que em anos anteriores exibiu obras de Salomé Lamas, Sandro Aguilar ou André Gil Mata. Na paralela Forum Expanded, dedicada ao cinema de artista e multimédia, mostrar-se-ão Mudança, o “filme-dança” de Welket Bungué com a deputada Joacine Katar Moreira, que teve estreia online em Setembro, e 13 Ways of Looking at a Blackbird , o mais recente trabalho da documentarista experimental brasileira Ana Vaz, bem como a co-produção anglo-portuguesa Night for Day, da britânica Emily Wardill. Uma outra co-produção portuguesa – My Uncle Tudor, da moldava Olga Lucovnicova, oriunda do programa de mestrado DocNomads, co-gerido pela Universidade Lusófona – estará a concurso na Berlinale Shorts. 

Estes são os primeiros títulos a surgir na programação de uma Berlinale que, decorrendo em plena pandemia, terá lugar em moldes híbridos. Entre 1 e 5 de Março, a 71.ª edição do festival estará aberta exclusivamente aos profissionais, realizando online o Mercado Europeu do Filme, bem como as tradicionais secções competitivas – Competição Oficial, Encounters, Berlinale Shorts e Generation – e paralelas – Panorama, Forum, Berlinale Series, Perspectivas do Cinema Alemão e Berlinale Special. O festival público propriamente dito terá lugar de 9 a 20 de Junho, numa altura em que a organização espera estarem já levantadas as regras de confinamento na Alemanha, com o grosso da selecção 2021 a ser exibida em sala. 

Luz de Presença é a quinta curta-metragem de Diogo Costa Amarante, cuja Cidade Pequena, estreada no Curtas Vila do Conde em 2016, se tornaria na terceira curta portuguesa consecutiva a vencer o Urso de Ouro de Berlim após Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, e Rafa, de João Salaviza. Segundo o comunicado de imprensa, o filme conta a história de um encontro fortuito numa noite chuvosa entre um homem e uma mulher. 

No Táxi de Jack é a quarta longa-metragem de Susana Nobre após os documentários O Que Pode um Rosto (2003) e Vida Activa (2013) e a ficção do real Tempo Comum (2018), estreada no Festival de Roterdão. À imagem de Vida Activa e da curta-metragem de 2015 Provas, Exorcismos (estreada na Quinzena dos Realizadores de Cannes)No Táxi de Jack nasce do período que a cineasta passou a trabalhar no programa Novas Oportunidades, e das pessoas em busca de recomeços que aí encontrou, e é descrito pela sua autora como “um road movie fechado”, a partir da história de vida de Joaquim Calçada, que foi taxista nos EUA. 

Já o luso-guineense Welket Bungué regressa a Berlim depois de aí ter estado presente em 2020 como actor principal na adaptação de Berlin Alexanderplatz por Burhan Qurhani, que se estreou na competição oficial do festival. A curta Mudança, comissariada pelo Teatro do Bairro Alto no âmbito do seu projecto virtual Essenciais, sobre o encontro entre trabalhadores essenciais e profissionais da cultura, tem no Forum Expanded a sua estreia internacional. 

A Berlinale anunciou entretanto já igualmente a programação das secções Berlinale Series e Generation e da Retrospectiva 2021, que, sob o genérico No Angels, homenageará três actrizes da era de ouro da comédia de Hollywood: Mae West (1893-1980), Carole Lombard (1908-1942) e Rosalind Russell (1907-1976), com a exibição de 27 comédias realizadas entre 1932 e 1943.

De salientar que este ano o júri da competição oficial será composto exclusivamente por cineastas que venceram o prémio máximo do festival, o Urso de Ouro. Serão três mulheres – a romena Adina Pintilie (Não Me Toques, 2018), a húngara Ildiko Enyédi (De Corpo e Alma, 2017) e a sérvia Jasmila Zbanic (Grbavica – Filha da Guerra, 2006) – e três homens – o italiano Gianfranco Rosi (Fogo no Mar, 2016), o iraniano Mohammad Rasoulof (O Mal Não Existe, 2020) e o israelita Nadav Lapid (Sinónimos, 2019)