“Queremos ajudar.” Médicos reformados queixam-se de barreiras para apoiar SNS

Mais de uma centena de médicos, alguns reformados, escreveu à ministra da Saúde a queixar-se de “barreiras administrativas inexplicáveis” para o voluntariado no Serviço Nacional de Saúde.

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Manuel Roberto

Mais de uma centena de médicos, alguns reformados, escreveu uma carta à ministra da Saúde a queixar-se das barreiras administrativas que foram levantadas quando se ofereceram para ajudar o Serviço Nacional de Saúde como voluntários.

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Mais de uma centena de médicos, alguns reformados, escreveu uma carta à ministra da Saúde a queixar-se das barreiras administrativas que foram levantadas quando se ofereceram para ajudar o Serviço Nacional de Saúde como voluntários.

Sublinhando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “vive um dos seus períodos mais exigentes de sempre”, situação na qual “todos são precisos e ninguém é dispensável”, os médicos dizem-se dispostos a ajudar, que já se ofereceram, mas que forem levantadas barreiras administrativas ao trabalho voluntário.

Na carta, enviada também ao primeiro-ministro e ao Presidente da República e cujo primeiro signatário é o médico Gentil Martins, dizem que milhares responderam ao desafio lançado pelo bastonário da Ordem dos Médicos, que “a lista foi enviada ao Ministério da Saúde” e que “nada aconteceu ou foi colocado um conjunto de barreiras administrativas inexplicáveis, entre as quais a recusa de trabalho voluntário”.

“Somos um conjunto de médicos, alguns reformados, mas activos. Queremos ajudar e declaramo-nos presentes”, afirmam, sublinhando que os médicos “têm estado nas primeiras linhas do combate à covid-19”, assegurando não só a frente de batalha, mas também “garantindo o apoio a todos os doentes não covid”.

“Mas somos poucos para tanto que está a atingir a nossa saúde e o nosso SNS”, lamentam os clínicos, dizendo que mantêm a “vontade de participar activamente no combate à pandemia”, “na educação para a saúde das populações”, “nos inquéritos epidemiológicos”, “no Trace Covid”, “no apoio à vacinação” e “nos hospitais de campanha”.

Na carta, os médicos consideram incompreensível não terem sido chamados a participar “quando os hospitais e centros de saúde começam a claudicar por cansaço” e a “saúde pública todos os dias alerta para a falta de recursos”.

“Estamos aqui e queremos ajudar neste combate. Lutando com toda a nossa energia e materializando tudo aquilo que afirmámos no nosso Juramento de Hipócrates”, afirmam, pedindo aos governantes que assumam que é necessário o esforço de todos e que “o ‘exército’ pode ser reforçado”.

“Os portugueses não entenderão que se continue a não aceitar a nossa presença e que a nossa participação seja dificultada por burocracias inexplicáveis”, consideram, pedindo que a sua ajuda seja considerada como voluntária.

E concluem: “É com esse estatuto que nós desejamos organizar e participar nesta luta. Aguardamos saber onde somos precisos e onde nos devemos apresentar.”