Jorge Jesus: “A covid-19 arrasou o Benfica”
Treinador dos “encarnados” revelou que só três jogadores do plantel não tiveram covid. “Parecíamos uma equipa-fantasma”.
Jorge Jesus regressou nesta segunda-feira ao banco do Benfica, já recuperado da infecção respiratória que o afectou nas últimas semanas. Numa espécie de balanço destes tempos atribulados na Luz, o técnico abordou os casos de covid-19 que afectaram o plantel e os efeitos que têm tido no grupo.
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Jorge Jesus regressou nesta segunda-feira ao banco do Benfica, já recuperado da infecção respiratória que o afectou nas últimas semanas. Numa espécie de balanço destes tempos atribulados na Luz, o técnico abordou os casos de covid-19 que afectaram o plantel e os efeitos que têm tido no grupo.
“Não tem sido fácil. Estive 15 dias sem ver os meus jogadores, sem poder treinar. A covid-19 arrasou o Benfica! Isto não é desculpa, mas, durante três semanas, tirou a equipa técnica e médica. Dos 27 jogadores do plantel só três não estiveram infectados. E isto, o que eu passei, não é uma constipação. Se tivesse de jogar hoje, não jogava. Tive um covid agressivo, mas para estar no banco e a gritar…”, adiantou Jorge Jesus, depois do triunfo por 2-0 sobre o Famalicão.
O treinador das “águias” admitiu uma quebra de rendimento da equipa após os primeiros 30 minutos e enquadrou-a no panorama mais alargados das últimas largas semanas. “A covid tem enormes consequências e andamos nisto há dois meses. Desde o Dragão tivemos 10 jogadores e 16 elementos do staff infectados. Isto tira competitividade, confiança… Eu não vejo os jogadores, eles não me vêem a mim... Cada um equipa-se num quarto, parece uma equipa-fantasma”, ilustrou.
A esperança de Jorge Jesus para os próximos meses passa pela imunidade adquirida pelos jogadores e equipa técnica e pela possibilidade de retomar os treinos colectivos, sem grandes constrangimentos. “Isto vai passar, vamos voltar a treinar juntos e a ganhar os níveis técnicos e tácticos para, depois, ter confiança para jogar 70 ou 80 minutos num nível alto e não apenas meia hora”, vincou, assumindo que a equipa “perdeu a identidade e a confiança”.
De resto, o treinador assinalou que o período em que os “encarnados” passaram incólumes pela pandemia foi aquele em que melhor se exibiram nesta época, tendo liderado o campeonato. Em sentido contrário, o dia seguinte ao empate no Dragão precipitou uma quebra transversal.
“Assumo as minhas responsabilidades enquanto treinador, mas médico não sou! Sei, sim, o mal que isto tem feito à equipa do Benfica, mas vamos a tempo de recuperar porque vamos ter os jogadores no Seixal e não em casa doentes. Quando cheguei disse que o Benfica seria uma equipa para arrasar, começámos bem a época mas ninguém no mundo previa e sabia disto. Foi a covid que nos arrasou”, insistiu.