Pebbles, uma primeira obra indiana, vence Festival de Roterdão
Um dos melhores filmes a concurso leva justamente para casa o prémio máximo da 50.ª edição do certame, que se realizou inteiramente online .
Pebbles, a excelente primeira obra do cineasta indiano P. S. Vinothraj, foi o vencedor da edição 2021 do Festival de Roterdão, a 50.ª, que se realizou inteiramente online devido ao confinamento imposto na Holanda pela pandemia de covid-19. Apresentado na competição principal Tiger, Pebbles, que fala da dificuldade da vida numa aldeia remota no estado de Tamil Nadu através da relação entre um pai e o seu filho, é o segundo filme indiano a ser distinguido num grande festival ocidental no espaço de seis meses, depois de The Disciple, de Chaitanya Tamhane, ter recebido o prémio de Melhor Argumento em Veneza 2020.
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Pebbles, a excelente primeira obra do cineasta indiano P. S. Vinothraj, foi o vencedor da edição 2021 do Festival de Roterdão, a 50.ª, que se realizou inteiramente online devido ao confinamento imposto na Holanda pela pandemia de covid-19. Apresentado na competição principal Tiger, Pebbles, que fala da dificuldade da vida numa aldeia remota no estado de Tamil Nadu através da relação entre um pai e o seu filho, é o segundo filme indiano a ser distinguido num grande festival ocidental no espaço de seis meses, depois de The Disciple, de Chaitanya Tamhane, ter recebido o prémio de Melhor Argumento em Veneza 2020.
É, também, o segundo título indiano a receber o prémio máximo do festival holandês (depois de Sexy Durga, em 2017). E foi, de caminho, um dos melhores títulos de uma competição principal de assinalável nível médio, que entregou ainda dois prémios especiais do júri: a I Comete, relato de um verão na Córsega realizado pelo francês Pascal Tagnati, e a Looking for Venera, história de libertação feminina num meio rural patriarcal e conservador, da kosovar Norika Sefa.
De fora do palmarés, ainda assim, ficaram outros belos filmes – como o brasileiro Madalena, de Madiano Marcheti – e os títulos formalmente mais ousados do concurso, como o espanhol Destello Bravío, de Ainhoa Rodriguez, ou o tunisino Black Medusa, de Ismaël e Youssef Chebbi. Os três vencedores desta edição partilham uma abordagem formal mais tradicionalmente realista.
Portugal, que teve presenças significativas em anos anteriores, esteve este ano representado apenas na competição de curtas-metragens Ammodo Tiger Short, com a curiosidade Tracing Utopia, retrato de uma comunidade de jovens queer na Nova Iorque dos nossos dias assinada a meias pela portuguesa Catarina de Sousa e pelo americano Nick Tyson. O palmarés da categoria repartiu-se por Sunsets, Everyday, do italo-paquistanês Basir Mahmood, Terranova, dos cubanos Alejandro Pérez Serrano e Alejandro Afonso Estrella, e Maat Means Land, da norte-americana Fox Maxy.
Na competição Big Screen, dedicada a filmes de autor com potencial comercial, o prémio foi para a argentina Ana Katz e para a sua comédia triste El Perro que No Calla, que vinha já com assinalável aclamação do Festival de Sundance. The Edge of Daybreak, do artista multimedia tailandês Taiki Sakpisit, alegoria opaca da história da Tailândia algures entre o filipino Lav Diaz e o conterrâneo Apichatpong Weerasethakul, recebeu o Prémio da Crítica atribuído pela associação FIPRESCI ao melhor filme da secção Tiger.
Terminada a secção competitiva online, bem como todas as actividades de indústria que tiveram lugar durante esta semana, Roterdão 2021 continuará a festejar o seu 50.º aniversário entre 2 e 6 de Junho, se possível presencialmente.
Palmarés
Melhor Filme Pebbles, Vinothraj P. S. (Índia)
Prémios Especiais do Júri I Comete, Pascal Tagnati (França), e Looking for Venera, Norika Sefa (Kosovo)
Melhor Filme na Big Screen Competition El Perro que no calla, Ana Katz (Argentina)
Prémios de Curta-Metragem na Ammodo Tiger Short Competition Sunsets, Everyday, Basir Mahmood (Itália), e Terranova, Alejandro Pérez Serrano e Alejandro Afonso Estrella (Cuba), Maat Means Land, Fox Maxy (EUA)
Prémio do Público Quo vadis, Aida?, Jasmila Zbanic (Sérvia)
Prémio da Crítica The Edge of Daybreak, Taiki Sakpisit (Tailândia)