As minhas desgraças com o picante

Vivo naquela ilusão tola de que um dia resolvo o problema com o picante. Mentira. É certo que desconfio quando me dizem que o picante é fraco e, em consequência, ataco o prato como um gato ataca a comida que recebe de um estranho, mas nunca deixo de insistir. Há coisas que não se percebem.

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Helena Colaço Salazar

Filho de um produtor de vinho da ilha de São Miguel, quando uma família da Ribeira Grande vinha abastecer-se a Vila Franca do Campo, o dia era de festa. O aroma a morango do vinho de cheiro a sair do tonel (cheiro magnífico que o João Paulo Martins ainda não apanhou mas ainda tenho esperança de tal acontecer um dia), os petiscos que a minha mãe preparava, as histórias que se contavam, os abraços e as juras de amizade eterna (em particular ao final do dia), tudo isso encantava um miúdo de dez anos.

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Filho de um produtor de vinho da ilha de São Miguel, quando uma família da Ribeira Grande vinha abastecer-se a Vila Franca do Campo, o dia era de festa. O aroma a morango do vinho de cheiro a sair do tonel (cheiro magnífico que o João Paulo Martins ainda não apanhou mas ainda tenho esperança de tal acontecer um dia), os petiscos que a minha mãe preparava, as histórias que se contavam, os abraços e as juras de amizade eterna (em particular ao final do dia), tudo isso encantava um miúdo de dez anos.