E se arriscássemos mais com as especiarias?
Enchemos o peito de vaidade com a nossa história no comércio das especiarias e com o contacto com países tão ricos na diversidade botânica, mas, então, por que razão somos tão básicos no uso dessas mesmas especiarias? Onde está o mistério?
Fomos ao outro lado do mundo negociar especiarias cujos processos de cultivo nem imaginávamos, desviámos as rotas dos venezianos, dos genoveses e dos árabes, criámos um negócio rentável até à chegada dos holandeses, levámos receitas, cruzámos plantas entre vários continentes, e, todavia, pouco ou nada ficou dessa aventura das especiarias na nossa gastronomia. Não criámos uma escola, não temos um receituário decente para mostrar, não criámos uma marca internacional, não tivemos engenho para desenvolver um lote com o nome de Portugal e, pior ainda, os dedos de uma mão chegam para contar o número de chefs contemporâneos que façam um trabalho reflectido com especiarias.
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Fomos ao outro lado do mundo negociar especiarias cujos processos de cultivo nem imaginávamos, desviámos as rotas dos venezianos, dos genoveses e dos árabes, criámos um negócio rentável até à chegada dos holandeses, levámos receitas, cruzámos plantas entre vários continentes, e, todavia, pouco ou nada ficou dessa aventura das especiarias na nossa gastronomia. Não criámos uma escola, não temos um receituário decente para mostrar, não criámos uma marca internacional, não tivemos engenho para desenvolver um lote com o nome de Portugal e, pior ainda, os dedos de uma mão chegam para contar o número de chefs contemporâneos que façam um trabalho reflectido com especiarias.