Se somos organismos, não há democracia

A obra de Shoshana Zuboff é uma defesa da liberdade humana contra a ditadura um novo capitalismo.

Foto
Shoshana Zuboff descreve os efeitos do capitalismo tirânico DR

“Saber o que ouvimos não chega: o Spotify quer saber como falamos, onde estamos e com quem”. Foi assim que, na passada sexta-feira, o PÚBLICO noticiou o anúncio de uma nova tecnologia da plataforma sueca de streaming de música. Com a excepção de comentários indignados de dois ou três leitores, o alarido foi mínimo. Pois bem, aquele título podia integrar a Era do Capitalismo de Vigilância da ex-professora de Harvard, formada em Psicologia Social e Filosofia, Shoshana Zuboff. Nesta obra, de mais de 600 páginas, a académica norte-americana, estudiosa incansável dos efeitos sociais das novas tecnologias, confronta-nos com uma realidade que se tornou omnipresente, senão ubíqua: estamos conectados uns com os outros, embalados no canto das grandes empresas tecnológicas de Silicon Valley. “Embalados” tem um sentido duplo: não é o nosso corpo ou espírito que é feito produto, mas o nosso comportamento, ou numa perspectiva menos psicologista, a experiência humana.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Saber o que ouvimos não chega: o Spotify quer saber como falamos, onde estamos e com quem”. Foi assim que, na passada sexta-feira, o PÚBLICO noticiou o anúncio de uma nova tecnologia da plataforma sueca de streaming de música. Com a excepção de comentários indignados de dois ou três leitores, o alarido foi mínimo. Pois bem, aquele título podia integrar a Era do Capitalismo de Vigilância da ex-professora de Harvard, formada em Psicologia Social e Filosofia, Shoshana Zuboff. Nesta obra, de mais de 600 páginas, a académica norte-americana, estudiosa incansável dos efeitos sociais das novas tecnologias, confronta-nos com uma realidade que se tornou omnipresente, senão ubíqua: estamos conectados uns com os outros, embalados no canto das grandes empresas tecnológicas de Silicon Valley. “Embalados” tem um sentido duplo: não é o nosso corpo ou espírito que é feito produto, mas o nosso comportamento, ou numa perspectiva menos psicologista, a experiência humana.