Covid-19: com 360 mil pessoas já vacinadas, Graça Freitas apela à confiança no sistema

“Vamos vacinar-nos o mais depressa possível”, apelou Graça Freitas. A directora da DGS admitiu que este ainda será um ano sob o efeito do vírus, apesar da esperança na vacina: “Vamos controlar a covid-19 com a campanha de vacinação”.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

A directora-geral da Saúde afirmou nesta quinta-feira que já foram vacinadas, em Portugal, 360 mil pessoas. E só não foram mais porque não chegaram mais vacinas, sendo necessário guardá-las para a segunda toma. Graça Freitas reconheceu “falhas” no processo, mas apelou à confiança no sistema. E, apesar das polémicas e dos “erros”, para a responsável o processo está, de modo geral, a correr “bem” e num ritmo “muito bom”, tendo em conta o número de vacinas recebido.

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A directora-geral da Saúde afirmou nesta quinta-feira que já foram vacinadas, em Portugal, 360 mil pessoas. E só não foram mais porque não chegaram mais vacinas, sendo necessário guardá-las para a segunda toma. Graça Freitas reconheceu “falhas” no processo, mas apelou à confiança no sistema. E, apesar das polémicas e dos “erros”, para a responsável o processo está, de modo geral, a correr “bem” e num ritmo “muito bom”, tendo em conta o número de vacinas recebido.

“Temos de confiar nas instituições, no planeamento, no que temos de positivo. Obviamente que lapsos, erros, falhas e incumprimentos existem. Mas vamos ver em que proporção e como é que os conseguimos detectar e prevenir”, declarou aos jornalistas em Alcochete, pedindo que se olhe “para o positivo”.

“E o positivo é que muito mais de 300 mil pessoas, mais propriamente 360 mil, foram já vacinadas. E não foram vacinadas mais porque não chegaram mais vacinas, temos de guardar para a segunda dose. À medida que chegam, vão sendo escoadas no prazo de uma semana”, afirmou.

“As pessoas têm de ter confiança no sistema”, reiterou. “E a confiança no sistema é que o mesmo vai encontrar as pessoas e convidá-las a serem vacinadas, e vai agendar a vacinação, num sítio seguro, com enfermeiros treinados, com tudo preparado para que seja um acto seguro e positivo. É essa confiança que peço aos portugueses.”

No entanto, ressalvou: “Não serão todos chamados na primeira semana, nem na segunda. Mas há mecanismos”. Além de um SMS a convocar para a vacinação, “que vem com o indicativo 2424”, haverá outras formas de contactar as pessoas: “telefonemas, cartas, contactos de proximidade, forças de segurança, forças autárquicas que nos podem ajudar a localizar as pessoas”.

Vacinação está a correr a um “ritmo muito bom"

Apesar das polémicas que têm marcado o processo de vacinação contra a covid-19 em Portugal, Graça Freitas considerou que o mesmo está a correr, de modo geral, “bem”. “É uma esperança, uma coisa positiva. E, portanto, não nos vamos apegar às coisas que correm menos bem para denegrir aquilo que está a acontecer e a correr bem.”

A directora-geral da Saúde quis ainda “deixar bem claro” que o processo está a correr num ritmo “muito bom”. “De acordo com o número de vacinas que estamos a receber, estamos num ritmo muito bom. E quero também dizer a todos os portugueses que, agora que estamos a entrar numa nova fase, e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo já teve unidades a vacinar esta semana, e para a semana isto será generalizado, todos vão ser vacinados. Não podemos é ser vacinados todos no mesmo dia, porque é impossível e, então, há prioridades”, disse, referindo-se aos “mais velhos” e às “pessoas mais doentes”

Questionada sobre se as polémicas em redor do processo de vacinação colocam o lugar em risco, enquanto directora-geral da Saúde, disse não ser “a pessoa mais indicada para responder” à pergunta. “Sou uma servidora pública, já o disse, o meu lugar está sempre à disposição

Directora-geral “não precisa de aparecer”, mas “de trabalhar"

Questionada também sobre a ausência pública em Janeiro, numa fase crítica da pandemia, respondeu: “A directora-geral da Saúde não precisa de aparecer, precisa de trabalhar. E esta foi uma fase em que, do ponto de vista comunicacional, se tomaram outras opções, eu continuo a trabalhar exactamente como sempre trabalhei.”

“Vamos vacinar-nos o mais depressa possível. Vamos deixar o que é a quezília, a excepção, por pior que seja, e vamos começar a falar da vacinação como uma coisa positiva. Até porque não podemos comprometer, junto da população, a confiança nas vacinas em geral.

Sobre a demissão apresentada pelo coordenador da taskforce, expressou “imensa admiração” por Francisco Ramos, que conhece “há mais de 30 anos”: “Compete-me apenas deixar uma palavra de homenagem a toda a carreira do Dr. Francisco Ramos.” Quanto à nomeação do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo para coordenador da taskforce do plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, também não se quis alongar: “Obviamente, não me vou pronunciar. Desejo ao senhor almirante Gouveia e Melo todas as felicidades e sabe que contará sempre com a DGS para fazer a parte que lhe compete neste grande desígnio, nesta janela de esperança que é a vacinação.”