Jardim defende governo de salvação nacional e “mudança urgente” no PSD

O antigo presidente do governo da Madeira está preocupado com os extremos políticos que podem ser captados pelo “meio Portugal que não adere ao presente estado de coisas”.

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Alberto João Jardim Paulo Pimenta

Alberto João Jardim defende que Portugal precisa de um “governo de salvação nacional” e que o PSD carece de uma “mudança urgente” para liderar a “transformação do sistema político” e captar o “eleitorado que não vota”.

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Alberto João Jardim defende que Portugal precisa de um “governo de salvação nacional” e que o PSD carece de uma “mudança urgente” para liderar a “transformação do sistema político” e captar o “eleitorado que não vota”.

“Tenho uma grande amizade pessoal para com Rui Rio. Admiro-lhe a firmeza nos princípios e nos valores, bem como o seu humanismo, inteligência, patriotismo e humildade. Portanto, não está em causa a lealdade que lhe devo, mas é urgentíssimo que o PSD mude”, defende Jardim, num texto publicado hoje no Jornal da Madeira.

Com o título “Repor o PSD”, o artigo sustenta que se impõe “saber convencer com racionalidade a metade dos portugueses que não vota” e que tal começa por um “compromisso sério e credível de, sempre em regime democrático, alterar o sistema político”, um propósito que deve ser “imediato” antes “que os extremos políticos captem o meio Portugal que não adere ao presente estado de coisas”.

Para o antigo presidente do PSD-Madeira e do governo regional, o “triunfo irresponsável do politicamente correcto” salda-se, hoje, numa grande abstenção de portugueses “claramente alérgicos à situação política em Portugal”, o que abriu espaço para a “extrema-direita monopolizar as motivações e necessidades de tantos portugueses”.

O emburguesamento da ‘classe política’, também no PSD, trouxe o partido a um situacionismo - principalmente com Passos Coelho e seus teóricos da ‘praga grisalha’ - sem inteligência para sair do culto do ‘politicamente correcto'”, escreve. E acrescenta: “Em vez de liderarmos a transformação do sistema político, por dentro como sempre defendi, hoje temos uma pseudo-esquerda troglodita que sacraliza cega e conservadoramente a Constituição de 1976.”

O antigo líder do PSD-M propõe uma estratégia para o PSD nacional, assente “num retorno às origens e a Sá Carneiro e “ser o PSD a se reassumir como o principal e único viável partido anti-sistema político, pressionando uma revisão constitucional para aperfeiçoamento e defesa do regime democrático”.

Em todo o território nacional, o “desencadeamento de uma doutrinação política efectiva sobre a social-democracia moldada no personalismo - Primado dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana sobre o Estado e as restantes Instituições - com exorcismo firme dos orçamentalismos e do genocídio social de 2011” e uma intervenção “permanente e agressiva contra a incompetência, as contradições e o descalabro dos Governos Costa”.

Alberto João Jardim propõe ainda “a absoluta necessidade de um governo de salvação nacional, com os partidos democráticos, dada a situação económico-social de Portugal piorar de dia para dia e o País ter caído para a cauda da Europa mesmo antes do covid-19”, facto que considera “absolutamente indispensável para os portugueses segurarem o Estado Social”.

O PSD, defende, não deve hesitar “na construção de um federalismo europeu”, deve liderar o processo de regionalização e reassumir-se “como nos tempos de Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Cavaco Silva e Durão Barroso”, como o “partido das autonomias, fazendo frente ao centralismo jacobino dos socialistas e ao colonialismo subjacente às lógicas comunistas e da extrema-direita”.