O gap year que tropeçou numa pandemia
A Carolina sempre foi trabalhadora, focada e poupada. Sem nunca se desviar do percurso tradicional, tirou Medicina Veterinária sem interrupções - nem Erasmus fez para não perder certas cadeiras - e, após a conclusão do mestrado, começou imediatamente a trabalhar. Seguiram-se quatro anos de vida profissional em que tinha um cargo estável e um pé-de-meia confortável.
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A Carolina sempre foi trabalhadora, focada e poupada. Sem nunca se desviar do percurso tradicional, tirou Medicina Veterinária sem interrupções - nem Erasmus fez para não perder certas cadeiras - e, após a conclusão do mestrado, começou imediatamente a trabalhar. Seguiram-se quatro anos de vida profissional em que tinha um cargo estável e um pé-de-meia confortável.
Tudo estava dentro “dos eixos”, até que uma mudança de trabalho menos positiva e duas viagens durante os quinze dias de férias começaram a agitar as águas. No verão de 2019, a rapariga das listas e dos planos A, B e C demitiu-se e, durante a última semana de trabalho, assistiu a uma talk da Associação Gap Year Portugal que lhe deu a última confirmação que precisava: iria finalmente realizar o sonho de ir à Nova Zelândia.
O plano inicial de seis meses acabou por se esticar até aos 13, por culpa do bicho de que já todos estamos fartos. Pelo meio, a Carolina foi sem planos e de espírito aberto até ao outro lado do mundo, onde fez voluntariado num centro de recuperação de animais selvagens e em quintas de permacultura e agricultura biodinâmica onde experimentou andar à boleia e fazer Couchsurfing.
Voltou a Portugal em Novembro, onde pôs pela primeira vez uma máscara e viseira. Pouco mais de um ano depois de mudar de vida, Carolina conta-nos sobre o seu 2020, um ano que muitos queriam esquecer mas que, para esta gapper, revolucionou o seu plano de vida.
Nota: A doença que afectou os diabos da Tasmânia é uma neoplasia transmissível, agressiva e não viral.
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