JP pede a Presidente da República que inclua jovens no Conselho de Estado

Francisco Mota, líder da Juventude Popular, acredita que Portugal “está moralmente falido”.

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Actualmente, o Conselho de Estado reúne-se por videoconferência LUSA/MIGUEL FIGUEIREDO LOPES

O presidente da Juventude Popular (JP), Francisco Mota, escreveu uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para lhe pedir que dê mais atenção às novas gerações e inclua os jovens no Conselho de Estado.

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O presidente da Juventude Popular (JP), Francisco Mota, escreveu uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para lhe pedir que dê mais atenção às novas gerações e inclua os jovens no Conselho de Estado.

Na missiva, enviada na terça-feira e à qual a agência Lusa teve acesso, o líder da estrutura que representa os jovens do CDS-PP defende que “importa reflectir” sobre o futuro e pede ao Presidente da República que “fale para os jovens”.

“Dê-nos a esperança de voltar a sonhar com um futuro promissor. Fale-nos verdade, agora que estamos a entrar no mercado de trabalho com uma das maiores incertezas de sempre, e para aqueles que já lá se encontram mas de uma forma precária e pouco reconhecida. Queremos construir o nosso projecto de vida, constituir família e sermos felizes no país que nos viu crescer. Diga-nos que vale a pena ficar e que, por mais que seja difícil, não nos vai trair”, pede Francisco Mota.

O jovem democrata-cristão defende ser “necessário responder” aos “problemas reais” de uma geração na qual “o país tanto investiu”, e pede “um país que apenas crie oportunidades, que o mérito e a liberdade de escolha sejam o único factor diferenciador, e que olhem para o conhecimento e inovação como a grande arma económica”.

“Este é o momento de dar voz à juventude, dando a oportunidade aos jovens de se fazerem representar no Conselho de Estado. Este é o momento de nos fazer voltar acreditar que é possível pensar no futuro das próximas gerações, em detrimento das próximas eleições”, propõe também.

Na carta, o líder da JP considera que “Portugal é um país perdido, um país que entrou numa luta sem saber como e sem saber como dela sair” e justifica que “a pandemia veio expor as fragilidades estruturais, a falta de planeamento e, possivelmente, pior de tudo, a falta de fibra dos líderes”.

“Portugal está moralmente falido. Os nossos líderes fazem vista grossa à corrupção sistémica, impulsionam atentados diários à liberdade em prol de um sentimento falso de segurança, compactuam e participam na destruição da moral e incentivam à divisão do nosso povo”, critica Francisco Mota.

Afirmando temer que a conta a seja paga “pelas futuras gerações”, o jovem centrista alerta que “o amanhã só é melhor” se se fizer “melhor hoje”.

Francisco Mota desafia também o Presidente da República “a dar sentido e confiança à política”.

“A grandeza política mostra-se em momentos difíceis e com base em princípios que permitam pensar no bem comum. Esta é uma dessas horas, em que os chefes dão lugar a líderes e, em que, por mais difícil que seja, o projecto da nação está acima de qualquer interesse individual, mais ainda, quando se trata de um projecto para salvar o hoje mas, sobretudo, o amanhã”, advoga.

O presidente da JP remata a carta desejando ainda a Marcelo Rebelo de Sousa “boa sorte” para o segundo mandato para o qual foi eleito no dia 24 de Janeiro, com 60,70% dos votos.