Líder do CDS anuncia nesta terça-feira posição sobre crise do partido

Francisco Rodrigues dos Santos tem ouvido apelos para continuar à frente do partido.

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Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito em Janeiro de 2020 mas a sua liderança está a ser contestada internamente LUSA/NUNO FOX

O líder do CDS revela nesta terça-feira a sua posição sobre a crise interna do partido, na sequência de um repto de Adolfo Mesquita Nunes para um congresso extraordinário e de demissões de três elementos da sua direcção, um dos quais vice-presidente. Em cima da mesa estão, pelo menos, duas hipóteses: a da demissão e convocação de congresso extraordinário; e a de devolver a palavra aos conselheiros nacionais.

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O líder do CDS revela nesta terça-feira a sua posição sobre a crise interna do partido, na sequência de um repto de Adolfo Mesquita Nunes para um congresso extraordinário e de demissões de três elementos da sua direcção, um dos quais vice-presidente. Em cima da mesa estão, pelo menos, duas hipóteses: a da demissão e convocação de congresso extraordinário; e a de devolver a palavra aos conselheiros nacionais.

Muitos dos mais próximos insistem para que Francisco Rodrigues dos Santos se mantenha no cargo e cumpra o mandato até ao fim, ou seja, até Janeiro de 2022. Caso opte por colocar a questão de um congresso numa reunião do conselho nacional, a estratégia pode passar por apresentar uma moção de confiança, para permitir uma nova legitimação política. Foi, assim, que o líder do PSD lidou com um desafio semelhante, lançado em 2019 por Luís Montenegro. 

Há quem veja neste desafio de Adolfo Mesquita Nunes uma “crise artificial” e “um ataque premeditado”, como disse o antigo líder do partido José Ribeiro e Castro, uma das poucas figuras que saíram em defesa do actual líder. Também o presidente da Juventude Popular, Francisco Mota, dá um sinal de apoio ao seu antecessor na estrutura. “Se o presidente se sentir confortável, se tiver vontade e condições para continuar, terá a solidariedade da Juventude Popular”, disse ao PÚBLICO.

A poucos meses das autárquicas, a situação financeira do partido é delicada, como assume o vice-presidente demissionário Filipe Lobo d’Ávila. “Àqueles que dizem que esta minha decisão põe em causa as autárquicas só peço que perguntem à direcção – ou a quem quer ser presidente do CDS – que recursos tem garantidos para fazer face às necessidades das eleições autárquicas, que recursos tem garantidos para o funcionamento diário do partido”, escreveu num post publicado no sábado no Facebook, acrescentando que aconselhou o líder do partido a “denunciar a situação financeira do CDS”. O antigo dirigente rejeitou qualquer “articulação” da sua demissão com a iniciativa de Mesquita Nunes e assegurou que não vai apoiar a candidatura deste ex-vice-presidente nem a de outros contra Francisco Rodrigues dos Santos.

Os representantes da Tendência Esperança em Movimento, corrente interna do CDS que apoiou Francisco Rodrigues dos Santos no congresso, criticam a decisão de Lobo d'Ávila, ao considerarem que “é inoportuna e com contornos ainda por esclarecer”. “Francisco Rodrigues dos Santos mantém intocada a sua legitimidade democrática”, segundo um comunicado.