Consumo de electricidade bate recorde em Janeiro
Frio nos primeiros dias do ano levou a procura “muito forte” de electricidade. Consumo no sector doméstico subiu 15% entre Março e Dezembro de 2020.
O consumo de energia eléctrica atingiu em Janeiro o “valor mensal mais elevado de sempre”, com um crescimento homólogo de 2,7%.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O consumo de energia eléctrica atingiu em Janeiro o “valor mensal mais elevado de sempre”, com um crescimento homólogo de 2,7%.
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pela REN, verificou-se, na procura de electricidade, uma “primeira quinzena muito forte devido às temperaturas baixas e uma segunda quinzena já em queda, com o novo confinamento”.
Com correcção de temperatura e número de dias úteis, o consumo contraiu 1,8%, detalhou a empresa que tem a gestão técnica do sistema eléctrico nacional.
A REN refere que a quantidade de água nos aproveitamentos hidroeléctricos esteve muito próxima dos valores normais para este mês, com o índice de produtibilidade das barragens a situar-se em 0,97 (a média histórica é igual a um). Nas eólicas, a produção foi superior à média histórica (1,09), registando-se “um regime muito favorável”.
Desta forma, 66,3% do consumo no primeiro mês do ano foi abastecido com produção renovável: a hídrica foi responsável por 30,6% e a eólica por 28,7%, enquanto a biomassa e a produção fotovoltaica tiveram um peso de 5,5% e 1,5%, respectivamente.
A produção não renovável abasteceu 28,1% do consumo, tratando-se essencialmente de gás natural (24,1%). O carvão representou 3,6% e outras não renováveis, 0,4%. “O saldo de trocas com o estrangeiro foi responsável pelos restantes 5,6% do consumo nacional”, acrescentou a REN.
"Máximos históricos” no gás
Quanto ao mercado de gás natural, o consumo também “foi mais intenso na primeira quinzena do mês”, para dar resposta ao frio, “tendo-se registado máximos históricos de consumo no sistema nacional, e menos na segunda quinzena do mês”, quando começou o segundo confinamento.
No final do mês o consumo total de gás natural registou uma variação homóloga negativa em 11,6%, devido a uma quebra de 34% verificada na produção eléctrica. Já no segmento convencional, houve um crescimento de 1,9%.
Consumo doméstico em alta
A Adene – Agência para a Energia também revelou nesta segunda-feira que, entre Março e Dezembro de 2020, “o consumo de electricidade no sector doméstico em Portugal registou um aumento de 15% face ao período homólogo”.
O aumento do consumo foi “motivado pelas medidas de confinamento aplicadas para o combate à pandemia covid-19”.