Homossexuais impedidos de doar sangue apesar de lei o permitir: “Nesse dia deixei de salvar uma vida”
Apesar de a lei e a Direcção-Geral da Saúde não fazerem qualquer referência à orientação sexual na eligibilidade para doar sangue, o preconceito e a confusão dos profissionais na triagem ainda bloqueiam a possibilidade de centenas de pessoas serem doadoras, mesmo quando os níveis de sangue são preocupantes. ILGA diz que situação já tem “anos”. PAN, BE e JS querem respostas.
Uma das primeiras vezes em que Francisco (nome fictício) disse a alguém que é bissexual foi quando quis doar sangue. Quando soube que haveria uma recolha de sangue na sua faculdade, nunca pensou que a sua orientação sexual fosse impedimento. “Lembro-me que foi a primeira vez que disse a um estranho que também tinha sexo com homens. Pensei: ‘Porque não?’ Mas disseram-me que não podia dar sangue porque tinha tido parceiros sexuais nos últimos meses. E não importava que tivesse sido sexo seguro”, conta Francisco ao PÚBLICO. “Antes disso, já tinha doado sangue e não tinha existido nenhum problema porque não tinha ainda iniciado a minha vida sexual”, explica. “Desde esse dia, não voltei a tentar”, resume Francisco, hoje com 30 anos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Uma das primeiras vezes em que Francisco (nome fictício) disse a alguém que é bissexual foi quando quis doar sangue. Quando soube que haveria uma recolha de sangue na sua faculdade, nunca pensou que a sua orientação sexual fosse impedimento. “Lembro-me que foi a primeira vez que disse a um estranho que também tinha sexo com homens. Pensei: ‘Porque não?’ Mas disseram-me que não podia dar sangue porque tinha tido parceiros sexuais nos últimos meses. E não importava que tivesse sido sexo seguro”, conta Francisco ao PÚBLICO. “Antes disso, já tinha doado sangue e não tinha existido nenhum problema porque não tinha ainda iniciado a minha vida sexual”, explica. “Desde esse dia, não voltei a tentar”, resume Francisco, hoje com 30 anos.