Morreu Sophie, que esticou os limites da pop e da electrónica, aos 34 anos
A artista escocesa foi vítima de um “acidente súbito”.
Levou a música electrónica e a pop a novos limites de inovação: morreu este sábado a artista escocesa Sophie, aos 34 anos. Foi vítima de “um acidente súbito” na sua casa, em Atenas, confirmou o agenciamento da artista.
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Levou a música electrónica e a pop a novos limites de inovação: morreu este sábado a artista escocesa Sophie, aos 34 anos. Foi vítima de “um acidente súbito” na sua casa, em Atenas, confirmou o agenciamento da artista.
Nesta nota, Sophie é destacada como “pioneira de um novo som” e “um dos artistas mais influentes da última década”: “Não apenas pela sua produção e criatividade geniais, mas também pela mensagem e visibilidade que conseguiu. Um ícone da libertação”.
Sophie Xeon foi nomeada para um Grammy de Melhor Álbum de Dança/Electrónica por Oil Of Every Pearl's Un-Insides (2018). Nele ouvimos baladas dramáticas e excessivas, exercícios drone, violência industrial, pop irresistível a piscar o olho a Madonna (Immaterial) e batidas quebradas com vozes distorcidas.
“Sophie desconstrói e manipula a música pop para a reenquadrar num universo ciborgue e queer”, escrevemos, então, no Ípsilon sobre esse primeiro e único longa duração. “Para Sophie, as fronteiras que delimitam a cultura de massas e os circuitos underground são bolorentas, bem como as elucubrações sobre o que é ou não é a autenticidade. Na sua música, o falso, o sintético, o manipulado, o fingimento são terrenos privilegiados de construção e desconstrução.”
Até esse álbum, onde se assumiu como mulher trans, a identidade da artista era misteriosa. Quando se estreou com Nothing more to say, em 2013, já impressionava. Mas essa canção de dança estava ainda longe do que viria, pouco depois: singles como Bipp e Lemonade levaram ao extremo as formas da pop, resultando daí outra coisa, uma arte eufórica e profundamente experimental. Clímax deste interesse pelos extremos da pop, em 2014, com A.G. Cook (PC Music) e Quinn Thomas montou o projecto QT – pop fantasista para promover uma imaginária bebida energética.
Ao longo da sua carreira colaborou com Madonna (no single Bitch I’m Madonna, de 2015), Vince Staples e Charli XCX, entre outros.