Covid-19: Londres alega “segurança nacional” para não divulgar o contrato de vacinas com a AstraZeneca

União Europeia exige explicações à farmacêutica para o atraso no fornecimento das doses da vacina e ameaça suspender as exportações. Apesar da recusa de Londres, a Escócia anunciou que vai divulgar a informação.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, exigiu explicações à farmacêutica LUSA/JOHN THYS / POOL

O Governo britânico recusa-se a partilhar com a União Europeia os pormenores sobre o fornecimento de vacinas anti-covid pela empresa AstraZeneca, citando riscos para a sua segurança nacional.

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O Governo britânico recusa-se a partilhar com a União Europeia os pormenores sobre o fornecimento de vacinas anti-covid pela empresa AstraZeneca, citando riscos para a sua segurança nacional.

A luta dos países europeus para assegurarem a entrega de vacinas intensificou-se na quinta-feira, depois de Bruxelas ter avisado as farmacêuticas de que vai usar todos os meios legais ao seu dispor – incluindo a proibição das exportações – para que as empresas forneçam as vacinas prometidas.

Apesar da recusa de Londres, a Escócia anunciou que vai divulgar, na próxima semana, o número de vacinas que recebeu até agora e outros detalhes dos contratos com as farmacêuticas.

“O meu entendimento é que isso representa um risco para a segurança nacional”, disse a ministra responsável pelo sistema prisional britânico, Lucy Frazer, à rádio LBC. Na mesma entrevista, a responsável recusou-se a explicar de que forma a recusa em publicar as informações põe em causa a segurança nacional do Reino Unido.

A maior campanha de vacinação da História está a provocar tensões em todo o mundo, com grandes potências a açambarcarem vacinas e a deixarem os países mais pobres a disputarem entre si o que sobra.

Israel é, de longe, o líder na vacinação em todo o mundo, seguido dos Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Bahrein e Estados Unidos. Atrás surgem Itália, Alemanha, França, China e Rússia.

O Reino Unido garantiu a compra de 367 milhões de doses de sete das vacinas mais promissoras, incluindo 100 milhões de doses da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o contrato da União Europeia com a AstraZeneca tem cláusulas de cumprimento obrigatório, e Bruxelas exige saber as razões do atraso no fornecimento das vacinas.