CaixaBank reservou 1252 milhões para fazer face a custos da pandemia

Lucros do dono do BPI caíram 19%, para 1381 milhões de euros, mas as receitas da actividade diminuiram apenas 0,1%.

Foto
Em 2020, o Caixabank comprou o também espanhol Bankia Reuters/ALBERT GEA

O grupo espanhol CaixaBank, dono do BPI, obteve lucros de 1381 milhões de euros em 2020, uma diminuição de 19% em relação a 2019, depois de constituir provisões de 1252 milhões para enfrentar o impacto da covid-19.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O grupo espanhol CaixaBank, dono do BPI, obteve lucros de 1381 milhões de euros em 2020, uma diminuição de 19% em relação a 2019, depois de constituir provisões de 1252 milhões para enfrentar o impacto da covid-19.

Em 2020, o banco aprovou um total de 388.641 pedidos de moratória dos seus clientes em Espanha, envolvendo uma carteira de 11.097 milhões de euros, correspondendo a 5% do total da sua carteira de empréstimos.

A instituição adianta que 98% das moratórias de crédito concedidas estavam em dia com os pagamentos no final de 2020 e que a grande maioria das moratórias de crédito ao consumidor expiraram durante o último trimestre do ano passado.

Segundo informação enviada à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola, o banco destaca que, apesar da queda dos lucros, as receitas core (estratégicas) do banco, as que resultam da sua actividade principal - rendimentos de juros, taxas líquidas e rendimentos de seguros - permaneceram praticamente estáveis, tendo diminuído apenas 0,1%, para 8310 milhões.

No último trimestre de 2020, a actividade apenas bancária aumentou 2,8% em relação ao trimestre anterior e 1,7% em relação ao mesmo período de 2019.

No exercício de 2020, antes da sua fusão com o também espanhol Bankia, as receitas líquidas de juros do CaixaBank totalizaram 4,9 mil milhões, menos 1%.

O CaixaBank sublinha que, apesar da situação económica geral, em 2020 conseguiu melhorar as quotas de mercado em áreas como a poupança a longo prazo (23,3%), o crédito às empresas (16,5%) e a banca digital (34,4%).

O grupo bancário fechou 2020 com o maior volume de negócios da sua história: 659.332 milhões de euros, o que representa um crescimento de 7,8% em relação a 2019.

O crédito bruto aos clientes atingiu 243.924 milhões (+7,3%), graças sobretudo ao aumento do crédito às empresas e ao sector público, e os fundos dos clientes totalizaram 415.408 milhões (+8,1%).

Os activos geridos pelo banco foram de 106.643 milhões de euros (+4,2%) e os activos em fundos de investimento, carteiras e sicav (sociedades de investimento com capital variável) de 71.315 milhões (+4%).

O rácio de capital utilizado para medir a solvabilidade Common Equity Tier 1 (CET1) foi de 13,6%.

O rácio de crédito malparado do CaixaBank era de 3,3% no final do ano 2020, três décimas de ponto percentual inferior ao do ano anterior.