Saber o que ouvimos não chega: o Spotify quer saber como falamos, onde estamos e com quem

A empresa sueca registou a patente de uma tecnologia que permite o acesso e a análise da voz dos utilizadores e do som ambiente que os rodeia. O objectivo, diz, é afinar o mais possível o seu algoritmo de sugestões.

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Reagindo à notícia, o Spotify não confirma que a tecnologia já tenha sido desenvolvida ou que esteja a sê-lo neste momento Christian Hartmann/reuters

Conhecer os gostos musicais dos seus subscritores, a música que ouvem, com quem interagem na plataforma e que playlists preferem parece não ser suficiente para o Spotify. A plataforma de streaming dominante no mercado mundial quer também saber como falamos e com quem falamos, onde estamos (em casa, no escritório, no carro, num parque) e como nos sentimos. Para tal, a empresa sueca registou a patente de uma tecnologia que permitirá o acesso e a análise da voz dos utilizadores e do som ambiente que os rodeia. O objectivo, diz, é afinar o mais possível o seu algoritmo de sugestões. O processo de certificação da patente foi iniciado em 2018 e aprovado a 12 de Janeiro deste ano, noticiou na quarta-feira a Music Business Worldwide.

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Conhecer os gostos musicais dos seus subscritores, a música que ouvem, com quem interagem na plataforma e que playlists preferem parece não ser suficiente para o Spotify. A plataforma de streaming dominante no mercado mundial quer também saber como falamos e com quem falamos, onde estamos (em casa, no escritório, no carro, num parque) e como nos sentimos. Para tal, a empresa sueca registou a patente de uma tecnologia que permitirá o acesso e a análise da voz dos utilizadores e do som ambiente que os rodeia. O objectivo, diz, é afinar o mais possível o seu algoritmo de sugestões. O processo de certificação da patente foi iniciado em 2018 e aprovado a 12 de Janeiro deste ano, noticiou na quarta-feira a Music Business Worldwide.

A nova tecnologia registará, através da gravação áudio dos seus utilizadores, dados como “entoação, stress, ritmo”, podendo identificar dessa forma “o estado emocional, o género, a idade, a pronúncia, e mesmo o ambiente – se uma pessoa está sozinha ou com outros”, escreve a Pitchfork.

Não é certo, porém, que tal tecnologia tenha sido já desenvolvida ou que esteja a sê-lo neste momento. Reagindo à notícia, a empresa enviou uma nota à Pitchfork em que esclarece que “o Spotify submeteu requerimentos de patentes de centenas de invenções, e apresenta regularmente patentes de novas aplicações. Algumas destas patentes tornam-se parte de futuros produtos, outras não. A nossa ambição é criar a melhor experiência áudio, mas não temos quaisquer novidades a partilhar nesta altura”, acrescenta o comunicado.

Sob a designação “Identificação de características de gosto a partir de um sinal áudio”, a patente é descrita, cita a Music Business Worldwide, como um “método para processar um sinal áudio fornecido que inclua conteúdo da fala e ruído de fundo”, a partir do qual será identificado “conteúdo reproduzível, baseado no conteúdo do sinal áudio processado”.

Aquilo que, a ser implementado, constituirá uma intromissão mais profunda na privacidade dos subscritores do Spotify é justificado pela empresa com a precisão pouco afinada e o dispêndio de tempo implicado na actual recolha de informação a partir da qual o seu algoritmo é gerado. O método seguido até agora, de acordo com a proposta de patente agora aprovada, não é suficientemente eficiente, requerendo que os utilizadores “forneçam tediosamente respostas a múltiplas pesquisas, de forma a que o sistema consiga identificar os seus gostos”.