Bombeiros protestaram à porta do Santa Maria. E receberam comida em solidariedade

Em causa estiveram as horas de espera, sem comida, numa longa fila, para levar os doentes que transportam para as urgências.

Foto
DR

Cansados de esperar horas e horas numa longa fila, sem comida ou outro tipo de apoio, bombeiros de cerca de 30 ambulâncias decidiram, na noite de quarta-feira, protestar à porta do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Cansados de esperar horas e horas numa longa fila, sem comida ou outro tipo de apoio, bombeiros de cerca de 30 ambulâncias decidiram, na noite de quarta-feira, protestar à porta do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Fizeram-no em silêncio, ligando apenas as luzes de emergência de cada ambulância. As imagens foram partilhadas nas redes sociais. A espera para muitos ultrapassou as 12 horas. Durante a tarde, o hospital ainda distribuiu água e bolachas, mas não em quantidade suficiente para o tempo que os bombeiros tiveram de esperar.

A partilha das imagens nas redes sociais e as reportagens televisivas levaram a que houvesse uma onda de solidariedade para com estes bombeiros e os doentes que transportavam.

Segundo a TVI, duas cadeias de comida rápida enviaram pizas e hambúrgueres, um padeiro abriu a padaria de propósito e fez pão quente, que foi lá deixar. Também houve quem fosse levar sopa.

Para dar conta do grande fluxo de pacientes, a urgência dedicada à covid-19 do Santa Maria será ampliada de 33 para 51 postos de atendimento em simultâneo, operação que estará concluída no próximo fim-de-semana, informou, ainda na quarta-feira, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).

Em comunicado, o CHULN deixou um alerta para o transporte em ambulância, dizendo que apenas uma pequena percentagem destes pacientes representa casos de urgência hospitalar.

Quase metade dos utentes são transportados de ambulância, mas destes só 15% apresentam situações que justificam o recurso a uma urgência hospitalar. Os restantes 85% são triados com prioridade verde ou azul, representando uma sobrecarga evitável, na medida em que o local de atendimento previsto para estas situações são os centros de saúde, que dispõem de um atendimento específico para estes doentes”, escreve o CHLN.