Covid-19. Há 126 funcionários da Segurança Social suspeitos de terem sido vacinados antes do tempo

Militante socialista Natividade Coelho, que dirige centro distrital da Segurança Social de Setúbal, também terá sido vacinada, adianta a SIC. Ministério abriu inquérito urgente.

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Daniel Rocha

Cento e vinte e seis funcionários da Segurança Social de Setúbal podem ter sido indevidamente vacinados contra a covid-19, dirigentes incluídos, noticiou a estação televisiva SIC. Foram incluídos numa lista da qual só deveriam constar utentes de lares ou quem com eles trabalha nas instituições.

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Cento e vinte e seis funcionários da Segurança Social de Setúbal podem ter sido indevidamente vacinados contra a covid-19, dirigentes incluídos, noticiou a estação televisiva SIC. Foram incluídos numa lista da qual só deveriam constar utentes de lares ou quem com eles trabalha nas instituições.

O Ministério da Segurança Social ordenou um inquérito com carácter de urgência. “A ministra não teve conhecimento de qualquer vacinação. Perante as questões colocadas, foi determinada a abertura de um inquérito interno urgente ao Instituto da Segurança Social”, respondeu a tutela ao PÚBLICO.

Segundo a estação de Carnaxide, a própria directora da Segurança Social de Setúbal, a militante socialista Natividade Coelho, terá beneficiado da vacina. A lista das pessoas a vacinar passou pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo depois de ter sido para ali encaminhada pelo agrupamento de centros de saúde da Arrábida, que estranhou a sua composição.

A vacinação avançou mesmo depois de terem sido pedidos esclarecimentos ao centro distrital da Segurança Social. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, falar com Natividade Coelho, que não quis dar esclarecimentos à SIC, mas também não negou o sucedido.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo confirmou que os 126 funcionários foram mesmo vacinados mas rejeitou responsabilidades no sucedido.

Também o INEM está neste momento sob suspeita de ter mandado vacinar funcionários indevidamente. Directores e administradores também foram inoculados, como de resto já tinha sucedido com alguns directores de misericórdias que não lidam com os respectivos utentes. O surgimento de vários casos de falsos prioritários levou já a Ordem dos Enfermeiros a perguntar à Procuradoria-Geral da República se abriu ou tenciona abrir algum inquérito a este tipo de actuações. Até ao momento não recebeu resposta.