Tribunal russo recusa libertação de Alexei Navalny

Opositor de Vladimir Putin vai continuar em detenção até ao início do seu julgamento, que está marcado para terça-feira. Autoridades russas detiveram três aliados de Navalny, incluindo o seu irmão.

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A audiência de Navalny aconteceu através de vídeoconferência YURI KOCHETKOV

Um tribunal de recurso da Rússia rejeitou, esta quinta-feira, um pedido de libertação de Alexei Navalny, o principal rosto da oposição ao Presidente Vladimir Putin e cuja detenção deu origem a grandes protestos no país no último fim-de-semana.

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Um tribunal de recurso da Rússia rejeitou, esta quinta-feira, um pedido de libertação de Alexei Navalny, o principal rosto da oposição ao Presidente Vladimir Putin e cuja detenção deu origem a grandes protestos no país no último fim-de-semana.

O advogado e activista político russo foi detido no dia 17 de Janeiro no aeroporto Sheremetyevo, em Moscovo, quando regressava ao país após uma estadia na Alemanha, onde recebeu tratamento por envenenamento com Novichok em Agosto de 2020.

Navalny foi acusado pelas autoridades russas de ter violado os termos da sua liberdade condicional ao ultrapassar a data limite para o regresso ao país, e ficou em detenção por 30 dias, até à realização do julgamento, marcado para terça-feira, 2 de Fevereiro.

A recusa da libertação, anunciada esta quinta-feira, diz respeito à detenção que está em vigor até ao início do julgamento.

Numa audiência que decorreu à distância, por causa da pandemia de covid-19, Navalny e a sua advogada, Olga Mikhailova, justificaram a ausência do país com a hospitalização do opositor, em Berlim, até ao dia 15 de Janeiro.

Navalny acusa Putin de ter ordenado o seu envenenamento e o Kremlin desmente qualquer envolvimento.

A detenção do opositor russo levou dezenas de milhares de apoiantes para as ruas, no último fim-de-semana, incluindo em cidades onde os termómetros desceram até aos 50 graus negativos.

Já esta semana, os aliados de Navalny convocaram um novo protesto para o próximo sábado, para exigirem a libertação do opositor russo.

Novas detenções

Um dos promotores do protesto, Leonid Volkov, foi detido na quarta-feira, numa operação das autoridades que visou figuras próximas de Alexei Navalny. Volkov foi acusado de incitar menores a participarem nas manifestações.

Para além de Volkov, as autoridades russas detiveram também o irmão de Navalny, Oleg, e outro dos seus aliados, Liubov Sobol. Ambos foram detidos por violação das regras de confinamento.

Vladimir Putin tem tentado minimizar as acusações de corrupção lançadas contra ele por Navalny, e nem sequer pronuncia em público o nome do opositor.

É por isso que a sua referência às acusações, numa conversa com estudantes, na segunda-feira, foi vista como um sinal de que Navalny já não pode ser ignorado pelo Kremlin.

O Presidente russo afirmou que não é o proprietário de um palácio nas margens do Mar Negro e de outras propriedades que, segundo os seus críticos, foram adquiridas através de esquemas de corrupção e desvio de fundos públicos.