Desejos para 2021: Diversidade, inclusão e equidade para todos!

Este novo normal escancara a porta à diversidade e acolhe ideias novas e desenvolvimento de projectos ousados, como resposta à sobrevivência no agora e à sustentabilidade no amanhã. A confiança traz o risco.

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"O desenvolvimento das crianças e jovens só será integral, se as instituições que os acolhem para educação e formação também forem" LUSA/MIGUEL A. LOPES

E neste primeiro mês do ano, o que desejamos para 2021?

A verdade faz-nos mais fortes

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E neste primeiro mês do ano, o que desejamos para 2021?

Com toda a verdade, o que quero mesmo é que a pandemia acabe! É um desejo simples e que a ser verdade, acrescentaria muito de bom a cada dia. Muito se fala do “novo normal”. Muita confusão sobre o tema. Cada dia é novo e o normal de cada dia, faz o novo normal. Não há padrão, nem norma. Mas também vejamos, o que é isso de “normal”? Será apenas um estado previsível da vida de todos os dias? Já antes da pandemia, andávamos a namorar a disrupção, a inteligência artificial, a criatividade e a inovação tanto nos negócios como no lazer. Com este trambolhão, que parece uma queda livre de uma altura imensa, sem rede, em que o vento nos apanha e ora nos leva mais alto, ora quase pousamos e conseguimos ver o mundo outra vez à nossa escala, passamos a agarrar-nos ao que vamos encontrando pelo caminho, mas também quase e em determinadas alturas, a conseguir controlar esta viagem instável e acidentada que foi o último ano.

Três factores serão essenciais para enfrentar este voo de alto risco, são eles: a confiança na vulnerabilidade, a resiliência das linhas da frente, o design das organizações. A confiança implica adesão ao desconhecido e aceitação do risco. Por vezes requer negociações, mas o risco estará lá sempre. A confiança constrói-se com aceitação, empatia e capacidade de negociação. A resiliência das primeiras linhas, desde a estratégia até aos operacionais é essencial não apenas para sobreviver neste novo normal, mas para poder perspectivar o futuro. O design das organizações aborda a flexibilidade, agilidade, gestão de talentos, resposta às novas necessidades, diversidade, inclusão e equidade. É perceber quais são as novas necessidades e a urgência de respostas diferentes aos novos desafios e aos problemas de sempre.

Tudo isto, este voo de alto risco, se passa nas empresas, e também nas escolas, que não sendo empresas, com vista ao lucro, também não são organizações sociais, sem fins lucrativos. Apesar de cumprirem um gigantesco papel social, não desenvolveram o seu lado empresarial, quer ao nível executivo, quer ao nível de recursos humanos e dos serviços que prestam. Tal como se tem falado tantas vezes, tudo mudou no século XX, menos o sistema educativo. Algumas escolas, com alavancas empresariais no backstage, têm feito uma evolução significativa ao nível da organização e dos serviços prestados. Têm confiança nos seus colaboradores e geram confiança nas famílias e na comunidade, aplicam o design thinking a toda a organização, desde as estratégias aos espaços.

O modo como até agora se entende o que é diferente e diverso nas escolas, quer significar a inclusão de todos os alunos de modo a terem as estratégias educativas adequadas. Há uma nova ideia de diversidade nas organizações e diz respeito às pessoas, às ideias e à sua experimentação em novos desafios, processos e procedimentos. Este novo normal escancara a porta à diversidade e acolhe ideias novas e desenvolvimento de projectos ousados, como resposta à sobrevivência no agora e à sustentabilidade no amanhã. A confiança traz o risco. O risco tira-nos da zona de conforto.

Nesta fase de pandemia, todos experimentamos o desconforto de alguma maneira, como por exemplo, a exigência de novos hábitos e rotinas. O acolhimento da diversidade como a verdadeira riqueza e adequada resposta, fará a diferença nas organizações escolares se, da mesma forma que se acolhem todos os alunos, forem acolhidos e geridos todos os talentos, ideias disruptivas e novas abordagens de desenvolvimento humano e técnico.

O desenvolvimento das crianças e jovens só será integral, se as instituições que os acolhem para educação e formação também forem. Uma escola de educação integral, quer-se o mais completa e abrangente possível, o que significa que acolha a diversidade. E quanto mais salpicada por todos os cantos, melhor. Para que isso aconteça, tem de estar muito próxima de quem pode gerar impacto na organização.

Será que é desta que começamos a ter as escolas com dinamismo de evolução do século XXI, onde se ensine a pensar e se acarinhe o conhecimento que gera conhecimento adequado aos desafios de cada momento? Este é uma proposta aliciante!