O co-fundador da Microsoft Bill Gates diz ter sido surpreendido pelo volume de teorias de conspiração “insanas” e “diabólicas” sobre si que se disseminaram pelas redes sociais durante a pandemia de covid-19, tão ou mais depressa que o coronavírus. Numa entrevista à Reuters, o também filantropo disse ter vontade de perceber as motivações que se encontram na origem daquelas.

O co-fundador da Microsoft Bill Gates diz ter sido surpreendido pelo volume de teorias de conspiração “insanas” e “diabólicas” sobre si que se disseminaram pelas redes sociais durante a pandemia de covid-19, tão ou mais depressa que o coronavírus. Numa entrevista à Reuters, o também filantropo disse ter vontade de perceber as motivações que se encontram na origem daquelas.

Para Gates, os milhões de publicações online e as “loucas teorias da conspiração” sobre si e sobre o maior especialista em doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, terão provavelmente ganhado adeptos devido à combinação de uma pandemia viral assustadora e ao aumento do uso das redes sociais, numa altura em que a maioria dos países decretaram confinamentos, Portugal incluído, tornando-se a Internet a janela possível para as relações sociais.

“Ninguém podia prever que eu e o dr. Fauci seríamos tão proeminentes nestas teorias realmente diabólicas”, considerou Bill Gates. “Estou muito surpreendido com isso. Espero que [a tendência] desapareça.”

Gates, um multimilionário que trocou a presidência da Microsoft pela filantropia, juntou-se a outros e comprometeu-se, através da Fundação Bill & Melinda Gates, com pelo menos 1,75 mil milhões de dólares (1,44 mil milhões de euros) para a resposta global à pandemia de covid-19. Isto inclui o apoio a alguns fabricantes de vacinas, diagnósticos e potenciais tratamentos.

Desde que a pandemia foi decretada, há quase um ano, milhares de conspirações espalharam-se pelo mundo virtual, alimentando a desinformação sobre o coronavírus, as suas origens e os motivos de quem trabalha para a combater. Essas teorias incluem alegações de que Fauci e Gates criaram a pandemia para tentar controlar as pessoas e que “querem lucrar com a propagação do vírus”, além de ser sua intenção usar a inoculação das vacinas para inserir microchips rastreáveis nas pessoas.

“Mas será que as pessoas acreditam realmente nessas coisas?”, questionou Bill Gates. “Vamos realmente ter de nos informar sobre isto durante o próximo ano e compreender... como é que isto muda o comportamento das pessoas e como é que deveríamos ter minimizado isto?”

Entusiasmado com Biden

Bill Gates elogiou Fauci e Francis Collins, chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, descrevendo-os como “pessoas inteligentes” e “maravilhosas”, e disse estar ansioso por vê-los em acção agora, quando são finalmente capazes de trabalhar eficazmente e dizer a verdade sob a nova Administração do Presidente Joe Biden.

Durante o tratamento da pandemia pelo ex-Presidente Donald Trump, o filantropo disse que tinha “por vezes sentido que eles eram as únicas pessoas sãs no governo dos EUA”. “Estou entusiasmado com a equipa que Biden escolheu” para enfrentar a crise de saúde, reforçou o multimilionário.

Ao longo da conversa, Bill Gates disse também estar satisfeito por, sob Biden, os Estados Unidos terem voltado a integrar a Organização Mundial da Saúde e por o novo chefe de Estado “ter nomeado pessoas inteligentes" para lidar com a pandemia.