Nova Zelândia pede aos instagrammers que parem de fazer sempre as mesmas fotos
“Já vi isso tudo antes. Todos vimos.” Aproveitando a pausa internacional, Turismo da Nova Zelândia apela aos turistas (quase só nacionais, para já) que deixem de repetir as mesmas fotografias e descubram coisas novas. Cautela com o Esquadrão de Observação Social!
A Nova Zelândia está a apelar aos seus turistas que pensem – e fotografem – fora da caixa do Instagram e que parem de repetir as mesmas imagens, popularizadas por influenciadores e outros viajantes nas redes sociais.
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A Nova Zelândia está a apelar aos seus turistas que pensem – e fotografem – fora da caixa do Instagram e que parem de repetir as mesmas imagens, popularizadas por influenciadores e outros viajantes nas redes sociais.
A nova campanha, lançada pela entidade de turismo da Nova Zelândia, é protagonizada pelo comediante Thomas Sainsbury que patrulha os pontos mais pitorescos do país em nome do fictício Esquadrão de Observação Social para repreender todos aqueles que viajam “sob a influência” das redes sociais.
“Já vi isso tudo antes. Todos vimos”, atira o “guarda” a um casal “apanhado” a tentar recriar a clássica pose de águia no topo de um penhasco. “Baixe os braços gentil e calmamente.”
Num tom entre o cómico e o mordaz, o vídeo aponta algumas das fotografias mais repetidas nos diferentes cenários, do retrato “de costas no jacuzzi” ao “homem senta-se em rocha contemplando silenciosamente” ou o cliché das “pernas de cachorro-quente” na praia.
Ainda tenta apanhar uma combinação de “follow me [retrato de costas, a dar a mão ao parceiro, atrás da câmara] e [chapéu] fedora” num campo de lavanda, mas não chega a tempo.
O vídeo faz parte da segunda fase da campanha “Faça algo novo” na Nova Zelândia, lançada em Maio do ano passado e direccionada, sobretudo, ao turismo doméstico, uma vez que as fronteiras permanecem fechadas à grande maioria do mundo (excepção feita a algumas “bolhas” com países vizinhos).
“Em primeiro lugar, queremos continuar a manter o momentum da nossa campanha doméstica, incentivando os ‘kiwis’ [nome carinhoso para os neozelandeses] a fazerem algo novo na Nova Zelândia – o que pode significar novas experiências turísticas mas também queremos que partilhem algo novo nas redes sociais”, afirma Bjoern Spreitzer, responsável do Turismo da Nova Zelândia, citado pelo Independent.
“Percebemos que apareciam sempre as mesmas fotos e poses, independentemente da localização”, acrescenta, assinalando que existem “tantas coisas incríveis para fazer na Nova Zelândia para além das tendências sociais”.
Actualmente, as fronteiras do país mantêm-se fechadas a praticamente todos os viajantes, como medida de prevenção contra a propagação da covid-19 no país, e assim poderá continuar grande parte de 2021, avisou a primeira-ministra Jacinda Ardern há poucos dias, indicando que as viagens só deverão retomar alguma normalidade quando uma percentagem elevada da população neozelandesa tiver sido vacinada contra o coronavírus ou estiver garantido pelas autoridades de saúde que os vacinados não podem transmitir o vírus.
É de expectar, no entanto, que a campanha pisque igualmente o olho a futuros visitantes internacionais, uma vez que o Instagram impulsionou a popularidade de alguns locais turísticos da Nova Zelândia, como a caminhada de um dia até ao Pico de Roy, próximo do lago Wanaka (cenário dos “braços de águia” no vídeo) e que em 2018 tornou-se viral numa fotografia que mostrava a “fila das redes sociais” para o spot das fotografias. Na altura, o Departamento de Conservação alertava os turistas para não se colocarem em perigo ao posar para fotografias.