Rangel pede “oposição sistemática, forte e com agenda alternativa”

Eurodeputado do PSD considera que os “riscos do voto de protesto” em André Ventura devem ser “levados a sério” no seu partido e no CDS

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Paulo Rangel sustenta que Marcelo Rebelo de Sousa terá de ser mais exigente com o Governo Paulo Pimenta

Paulo Rangel, eurodeputado e conselheiro nacional do PSD, sustenta que o resultado de André Ventura nas presidenciais é ainda, sobretudo, “um voto de protesto” mas que deixa várias mensagens. Uma para Marcelo e outra para os dois partidos do centro-direita.

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Paulo Rangel, eurodeputado e conselheiro nacional do PSD, sustenta que o resultado de André Ventura nas presidenciais é ainda, sobretudo, “um voto de protesto” mas que deixa várias mensagens. Uma para Marcelo e outra para os dois partidos do centro-direita.

“Para o PSD e o CDS, os riscos de voto de protesto se volver em voto estrutural e sistémico devem ser levados a sério. A mensagem é ostensiva: só uma oposição sistemática, forte, presente e dotada permanentemente de uma agenda alternativa pode evitar o enraizamento de uma direita radical, de sinal populista”, alerta o social-democrata no artigo publicado esta terça-feira no PÚBLICO.

O antigo líder parlamentar do PSD considera que o Presidente da República agora reeleito deve tirar conclusões do resultado de 11,9% do candidato do Chega. “Sendo Marcelo, segundo o próprio, o candidato da direita social, é preocupante que não tenha sido capaz de atrair esse voto. Só a excessiva complacência e tolerância com o Governo PS explica essa incapacidade”, defende. “A mensagem é óbvia: Marcelo terá de ser mais exigente”, conclui.

Já para o espaço político oposto ao seu, Paulo Rangel considera também que as presidenciais de domingo dão “sinais claros” ao defender que “a derrota da extrema-esquerda correspondeu ao preço a pagar pela conivência ambígua e de duplo padrão” e que “o PS para lá de perder por falta de comparência eximiu-se a qualquer responsabilização pela tragédia em curso”. 

Sobre a Iniciativa Liberal, o social-democrata sustenta que “consolidou o voto urbano, mas não catalisou o descontentamento de centro ou de direita”.

Já ontem, num artigo intitulado “As presidenciais ainda a quente” publicado no Jornal de Notícias, o eurodeputado defendia que o eleitorado da direita ao centro reclama “com mais urgência do que antes uma alternativa forte, credível” e concluiu que “o vácuo produzido por Costa não pode ser ocupado pelo Chega e pelo Ventura”.

Neste domingo, Marcelo Rebelo de Sousa, com o apoio oficial do PSD e do CDS, foi reeleito Presidente da República com 60,7% dos votos. Em segundo lugar ficou a socialista apoiada pelo PAN e Livre, Ana Gomes (12,9%), e em terceiro o líder do Chega, André Ventura (11,9%). João Ferreira, candidato do PCP, conquistou 4,32% dos votos, a bloquista Marisa Matias obteve 3,95%, seguida por Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal) com 3,22%. Em último lugar ficou o ex-autarca Vitorino Silva com 2,94%.