Iémen: “Pelo menos tivemos uma oportunidade para imaginar”
Aos 36 anos, a iemenita Afrah Nasser é jornalista e actualmente investiga as violações da lei humanitária e os abusos de direitos humanos no Iémen para a Human Rights Watch. Vive em Gotemburgo, na Suécia.
Quando comecei a trabalhar como jornalista o meu objectivo era simplesmente esse, ser jornalista, era a minha grande aspiração. Numa sociedade tão conservadora como a de Sanaa é difícil uma rapariga andar na rua, fazer entrevistas sem sequer tapar a cara ou ter um irmão a acompanhar-me. Eu queria quebrar esse tabu. Toda a gente me aconselhava a não falar de política - a minha família, no jornal. “É melhor tratares de temas mais leves.” Escrevia sobre temas sociais e culturais e percebia que o principal motivo para todos os problemas era o sistema político.
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Quando comecei a trabalhar como jornalista o meu objectivo era simplesmente esse, ser jornalista, era a minha grande aspiração. Numa sociedade tão conservadora como a de Sanaa é difícil uma rapariga andar na rua, fazer entrevistas sem sequer tapar a cara ou ter um irmão a acompanhar-me. Eu queria quebrar esse tabu. Toda a gente me aconselhava a não falar de política - a minha família, no jornal. “É melhor tratares de temas mais leves.” Escrevia sobre temas sociais e culturais e percebia que o principal motivo para todos os problemas era o sistema político.