Conte vai demitir-se amanhã e tentar formar um novo governo em Itália

Primeiro-ministro italiano pretende receber um novo mandato do Presidente Mattarella para chefiar o seu terceiro executivo e ultrapassar a crise política.

Foto
Giuseppe Conte, primeiro-ministro italiano OLIVIER HOSLET / EPA

Giuseppe Conte decidiu convocar um Conselho de Ministros extraordinário para terça-feira de manhã, onde irá apresentar a sua demissão. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Giuseppe Conte decidiu convocar um Conselho de Ministros extraordinário para terça-feira de manhã, onde irá apresentar a sua demissão. 

Ao fim de vários dias de buscas de apoios para manter o Governo à tona, com nova derrota à vista no Senado italiano e com o intuito de poder enfrentar a crise económica e pandémica que afecta a Itália com poderes reforçados, o primeiro-ministro pretende, com esta jogada, receber um mandato renovado do Presidente, Sergio Mattarella, para tentar formar o seu terceiro executivo.

“[Conte] vai informar os seus ministros da sua intenção de se demitir. Depois vai encontrar-se com o Presidente Mattarella”, lê-se na nota divulgada esta segunda-feira à tarde pelo Governo italiano. A reunião dos ministros italianos está agendada para as 9h (8h em Portugal continental).

O primeiro-ministro procura novos parceiros depois de ter perdido o apoio dos senadores do partido Itália Viva (centro-esquerda), de Matteo Renzi, ex-líder do Partido Democrático (centro-esquerda) – partido que, com o Movimento 5 Estrelas (anti-sistema), sustenta a actual solução de Governo.

Conte alerta para as consequências negativas de um cenário de eleições para tentar ganhar tempo e apoios, numa altura em que Itália precisa, mais do que nunca, de accionar os milhões do fundo de recuperação da União Europeia para combater a pandemia e a crise económica.

A solução pode até passar por uma coligação de partidos de vários quadrantes políticos, incluindo deputados e senadores independentes, da Itália Viva ou mesmo da Força Itália, de Silvio Berlusconi.

Conte, um dirigente político sem filiações partidárias assumidas, chegou à liderança do Governo italiano em 2018, na altura sustentado pelo Movimento 5 Estrelas, de Luigi di Maio, e a Liga (extrema-direita), de Matteo Salvini.

Em 2019, porém, a Liga retirou a confiança ao primeiro-ministro, de olho em eleições antecipadas, mas Renzi e o Partido Democrático entraram em cena e apoiaram um novo governo, com Conte ao leme.