“A miséria de um velho não interessa a ninguém”
Há tempos uma amiga perguntava-me porque é que gosto tanto de “velhos”. E a verdade é que não sei explicar. Mas acho que os vejo quase como livros que falam e respiram, cheios de histórias para nos contar, assim os queiramos ouvir.
Ensinaram-me há muitos anos, numa aula de Enfermagem Médico-Cirúrgica, que o primeiro sinal de alerta relativo à nossa respiração é o momento em que começamos a aperceber-nos dela. E é nesse ponto, quando a respiração deixa de ser um processo natural e começa a implicar um esforço, que sabemos que alguma coisa errada se passa. Hoje, muitos anos depois, olho para ela, tão pequenina e frágil, com o rosto marcado por rugas e cheio de pêlos que nunca mais ninguém tirou, e lembro-me dessas palavras. Será que esta doente, com nome de menina perdida no país das maravilhas, percebeu o momento em que os pulmões lhe começaram a falhar?
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Ensinaram-me há muitos anos, numa aula de Enfermagem Médico-Cirúrgica, que o primeiro sinal de alerta relativo à nossa respiração é o momento em que começamos a aperceber-nos dela. E é nesse ponto, quando a respiração deixa de ser um processo natural e começa a implicar um esforço, que sabemos que alguma coisa errada se passa. Hoje, muitos anos depois, olho para ela, tão pequenina e frágil, com o rosto marcado por rugas e cheio de pêlos que nunca mais ninguém tirou, e lembro-me dessas palavras. Será que esta doente, com nome de menina perdida no país das maravilhas, percebeu o momento em que os pulmões lhe começaram a falhar?