Moçambique: ciclone Eloise faz pelo menos três mortos na Beira
Moçambique está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de Outubro e Abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
A cidade moçambicana da Beira acordou neste sábado com sinais de destruição em todas as ruas e vários bairros alagados, com os residentes a circularem com a água pela cintura nalguns pontos, após a passagem do ciclone Eloise. Pelo menos três pessoas morreram.
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A cidade moçambicana da Beira acordou neste sábado com sinais de destruição em todas as ruas e vários bairros alagados, com os residentes a circularem com a água pela cintura nalguns pontos, após a passagem do ciclone Eloise. Pelo menos três pessoas morreram.
Duas pessoas foram atingidas por paredes de habitações que desabaram no bairro da Munhava, enquanto um segurança foi atingido por material ferroviário arremessado pelo vento, explicaram no local.
As autoridades estão a fazer o levantamento em curso dos prejuízos, mas a tarefa é dificultada pelos cortes de electricidade e telecomunicações em vários locais.
Depois de ter sido atingida pelo ciclone Idai, em 2019 – um dos mais devastadores desde que há registo no hemisfério sul, provocando 603 mortos em Moçambique –, a cidade costeira da Beira, no centro do país, volta este ano a estar no caminho dos desastres naturais.
A tempestade Chalane chegou à região no final de 2020, provocando sete mortes, e na madrugada deste sábado foi a vez do ciclone Eloise.
As valas de drenagem instaladas ao longo da cidade devido às frequentes inundações na cidade, edificada abaixo do nível das águas do mar, estão a transbordar.
A chuva continua a cair, mais fraca, e o vento amainou, depois de relatos de pânico nas redes sociais devido às fortes rajadas e intensa precipitação que acompanharam a passagem do ciclone durante a madrugada.
Há destroços pelas ruas, de telhados que foram arrancados, postes que caíram e estruturas de maior dimensão que tombaram, como suportes publicitários. Algumas pessoas e viaturas circulavam pela manhã na zona da Munhava e centro da cidade.
Depois de entrar em terra junto à cidade de Beira, oriundo do Canal de Moçambique, no oceano Índico, o Chalane perdeu intensidade, mas arrasta precipitação muito intensa, avançando em direcção ao sul do Zimbabwe.
Prevê-se que a depressão provoque forte precipitação durante o fim-de-semana no sul do país, incluindo a capital, Maputo.
Moçambique está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de Outubro e Abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 devido aos maiores ciclones (Idai e Kenneth) que já passaram pelo país com poucas semanas de distância.