Marcelo dramatiza eleição: “Este é um momento decisivo”
Uma selfie à distância, dois pão-de-ló e três palavras de apelo ao voto. Em Celorico de Basto, o Presidente-candidato fechou a campanha a pedir que se resolvam as presidenciais à primeira volta, por causa da pandemia.
Foi na terra da avó Joaquina, sua por devoção, que Marcelo Rebelo de Sousa encerrou uma campanha que fez sem pressa, sem gente, sem medo, prometendo, se for reeleito, lutar todos os dias do seu próximo mandato “na procura da unidade possível”. Em Celorico de Basto, na biblioteca que tem o seu nome, o Presidente-candidato dramatizou a importância do voto no domingo, sobretudo por este ser um “momento decisivo” da pandemia.
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Foi na terra da avó Joaquina, sua por devoção, que Marcelo Rebelo de Sousa encerrou uma campanha que fez sem pressa, sem gente, sem medo, prometendo, se for reeleito, lutar todos os dias do seu próximo mandato “na procura da unidade possível”. Em Celorico de Basto, na biblioteca que tem o seu nome, o Presidente-candidato dramatizou a importância do voto no domingo, sobretudo por este ser um “momento decisivo” da pandemia.
“O vosso voto decidirá se querem renovar a sua confiança no actual Presidente da República num instante-chave da luta contra a pandemia ou se preferem a sua substituição numa componente essencial da liderança dessa luta”, disse, já na recta final do discurso.
A questão, segundo Marcelo, pode resumir-se assim: é preciso ir votar, porque “confinar não pode ser um álibi para suspender a democracia”, a escolha é grande porque há candidatos para todos os gostos, mas também é preciso “poupar aos portugueses o prolongamento de uma campanha em três semanas cruciais para a pandemia”.
Num silogismo lógico, aponta para o voto em si próprio, mas não o faz com arrogância. Assume “a responsabilidade correspondente à posição de Presidente da República” na gestão da pandemia, como “máximo responsável eleito pelo povo, para o bem e para o mal”. “Tudo isso submeto ao vosso juízo nas urnas, como deve ser em democracia”, sublinhou.
Mas também deixou claro que há muito por fazer e que já na próxima semana voltará a estar no centro das decisões sobre a renovação do estado de emergência, uma decisão que, lembrou, tem sido sempre partilhada com os especialistas, os partidos, os parceiros sociais. E assim continuará a ser.
Já na próxima semana, a luta continua: “Luta que continuará por semanas e meses na frente sanitária e anos na frente económica e social. Luta pela vida, pela saúde, pelo emprego, por rendimentos, pela reconstrução do destruído e no muito mais que há para construir”, sublinhou.
O seu programa para os próximos cinco anos será essa luta: “Com trabalho, com dedicação integral, com entrega incondicional ao interesse colectivo e sempre na procura da unidade possível, do compromisso viável, da estabilidade, da independência, da proximidade”, prometeu.
Numa campanha que decorre sob o signo da pandemia, Marcelo terminou o seu discurso de oito minutos com um apelo emocional: “Votarmos no domingo é dizermos que nunca esqueceremos, os que partiram, os que sofrem, os que dão a sua vida e saúde para salvar a dos outros”.
Era o fim de uma campanha frugal que não podia acabar sem bolo. O último dia tinha sido curto, como os outros. Em pouco mais de duas horas, fez as últimas acções de campanha apenas rodeado de jornalistas e acompanhado pelo presidente da Câmara eleito pelo PSD, Joaquim Mota e Silva. Visitou o lar de deficientes que está a ser ampliado, tirou uma selfie à distância com as funcionárias do centro escolar local, encomendou dois pão-de-ló na padaria em frente e visitou a biblioteca municipal que tem o seu nome porque é o principal doador do espólio: desde 2001 já doou 200 mil livros – “e já vêm mais a caminho”.
Já depois de cair o pano, entre os directos televisivos de fim de campanha e as últimas fotos, Marcelo traz um pão-de-ló e divide-o com os jornalistas. E comenta, em jeito de comentador, o seu próprio discurso: “Querem, querem. Não querem, escolham outro. Mas escolham já no domingo”.