Governo admite problemas para formar mesas de voto em 15 concelhos
Reconhecendo dificuldades na formação de mesas de voto em alguns concelhos, o secretário de Estado, Antero Luís, afirmou que no domingo, “não haverá mesas de voto que não abram por falta” de pessoas.
O Governo admitiu esta sexta-feira, a dois dias das presidenciais, que ainda há dificuldades a formar mesas de voto em 15 concelhos, efeito da pandemia de covid-19, mas garantiu que todas irão funcionar no domingo.
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O Governo admitiu esta sexta-feira, a dois dias das presidenciais, que ainda há dificuldades a formar mesas de voto em 15 concelhos, efeito da pandemia de covid-19, mas garantiu que todas irão funcionar no domingo.
Em declarações à TSF, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, confirmou as dificuldades na formação das mesas de voto em 15 municípios, que não identificou, seja devido a testes positivos, seja devido ao confinamento profiláctico.
O Ministério da Administração Interna está a trabalhar para tentar resolver o problema, recorrendo à “bolsa de eleitores”, e Antero Luís afirmou que no domingo “não haverá mesas de voto que não abram por falta” de pessoas.
Na terça-feira, a Lusa noticiou que várias câmaras, como a de Lisboa, tiveram dificuldades em formar as mesas de voto para as presidenciais de domingo, devido ao receio da pandemia de covid-19. Ao PÚBLICO, o presidente da Anafre, Jorge Veloso, confirmou que as dificuldades são transversais a todo o país. Guarda, Braga, Vila Nova de Gaia são alguns dos concelhos em dificuldades.
“Vamos ver se no domingo não temos de andar a substituir pessoas”, desabafou, acrescentando que na União de Freguesia de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, em Coimbra, à qual preside, teve de substituir 12 pessoas num universo de 70 necessárias.
Responsáveis de partidos que geralmente acompanham esta operação disseram à Lusa que uma das dificuldades se prende com o receio da pandemia de covid-19, pelo potencial risco de exposição durante horas - das 7 horas até cerca das 20 horas ou 21 horas, quando é encerrado o processo de contagem de votos, conforme a dimensão das mesas.
Esse factor levou à desistência de pessoas que já tinham sido indicadas, seja por pertencerem a grupos de risco de covid-19 seja por terem mais de 65 anos, acrescentaram.
Nos últimos dois dias, várias câmaras municipais, de norte a sul, anunciaram que iriam fazer testes covid-19 aos membros das mesas.
Só em Mafra, segundo disse hoje à TSF o presidente da câmara, Hélder Silva, houve pedidos de “mais de 100 pessoas” para não estarem nas mesas, seja por terem testado positivo ao novo coronavírus ou por estarem em confinamento profiláctico ou ainda por receio da covid-19.
O problema com a falta de pessoas, que já existiu noutras eleições no passado, foi agravado nas presidenciais de domingo pelo facto de terem sido desdobradas as mesas de voto devido à situação de epidemia que o país vive, sendo, por isso, necessário mais membros. A multiplicação do número de mesas de voto é uma forma de evitar e controlar grandes concentrações de pessoas e, assim, tentar reduzir o risco de contágio.