Aumentar testes, vacinar, proteger as minorias - Biden apresentou o seu plano de combate à covid-19

O aumento do número de testes é uma prioridade da nova administração, que também procura aumentar a produção da vacina e adquirir mais doses.

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Joe Biden apresentou plano de combate à pandemia LUSA/Al Drago / POOL

O Presidente norte-americano, Joe Biden, agiu rapidamente para coordenar um esforço de combate à pandemia de covid-19 no seu primeiro dia no poder, com passos dados esta quinta-feira para expandir a testagem e vacinação e reforçando o uso de máscaras.

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, agiu rapidamente para coordenar um esforço de combate à pandemia de covid-19 no seu primeiro dia no poder, com passos dados esta quinta-feira para expandir a testagem e vacinação e reforçando o uso de máscaras.

“As coisas vão continuar a piorar antes de melhorarem”, disse Joe Biden, referindo-se ao balanço epidemiológico do país. Biden fez ainda um apelo pessoal aos norte-americanos, pedindo-lhes que usem máscaras nos próximos 99 dias para travar a propagação do vírus, que já matou mais de 405 mil pessoas e infectou mais de 24 milhões nos Estados Unidos, os números mais elevados em todo o mundo.

Milhões de norte-americanos perderam o emprego devido ao confinamento. “Esta é um esforço de guerra”, afirmou Biden. O tom e planos do Presidente contrastam com os do antecessor, Donald Trump, que procurou por diversas vezes desvalorizar a dimensão da crise, delegando para os estados grande parte do planeamento, o que resultou numa miscelânea de medidas em todo o país.

As medidas assinadas por Biden na quinta-feira estabelecem um comité que irá aumentar a testagem, resolver as faltas de materiais, estabelecer protocolos com viajantes internacionais e direccionar recursos para as comunidades minoritárias mais duramente atingidas. Estas medidas obrigam ao uso de máscara em aeroportos e em alguns transportes públicos, incluindo grande parte dos comboios, aviões e autocarros de longo curso.

A administração vai expandir a produção da vacina e a sua capacidade de adquirir mais doses ao “aproveitar autoridades contratuais, incluindo a Lei de Produção de Defesa”, de acordo com o plano da Casa Branca. A administração Trump recorreu a esta lei, que dá ao Presidente uma autoridade alargada para “expedir e expandir o fornecimento de recursos da base industrial dos Estados Unidos” para equipamento de protecção, mas nunca a utilizou para testagem nem produção de vacinas.

Biden vai direccionar a Agência de Gestão Federal de Emergência para o reembolso integral dos estados e das tribos pelos custos associados com as operações da Guarda Nacional no combate ao vírus. A medida volta a aplicar o “reembolso total” do fundo de apoio em desastres da Agência Federal de Gestão de Emergências (AFGM) para as despesas relacionadas com a reabertura das escolas. Os fundos da AFGM costumam ser distribuídos após furacões, cheias ou outros desastres naturais.

Biden comprometeu-se a fornecer 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 nos primeiros 100 dias no cargo de Presidente. O plano tem como objectivo o aumento da vacinação, ao abranger mais pessoas, tais como professores e empregados de caixa em supermercados.

Esta quinta-feira, o Centro de Controlo e Prevenção de Doença norte-americano tinha administrado 17,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 dos 38 milhões distribuídos.

Combate à pandemia é prioridade

O vírus afectou a tomada de posse de Biden na escadaria do Capitólio, na quarta-feira: as multidões, que chegavam a ser compostas por centenas de milhares de pessoas, foram mantidas à distância pelo receio de contágio.

O Presidente democrata colocou o combate à doença no topo de uma lista de desafios da sua Administração, que também inclui tópicos como a reconstrução de uma economia devastada e a injustiça racial. Propôs um plano de 1,9 biliões de dólares para melhorar os subsídios de emprego e pagamentos directos aos agregados familiares, de modo a aliviar a aflição financeira provocada pelo coronavírus.

A Casa dos Representantes está a planear levar o plano a votos na primeira semana de Fevereiro, afirmou Pelosi esta quinta-feira. Algumas das primeiras iniciativas de Biden podem ficar presas no Congresso, onde o Senado está a avaliar como proceder com o julgamento de destituição de Trump. A Casa destituiu Trump na semana passada, por incitar uma insurreição no Capitólio.

Os democratas têm agora uma maioria magra no Congresso e Casa dos Representantes.

Uma fonte com conhecimento sobre este planeamento disse que Pelosi pode enviar o artigo de destituição ao Senado já na sexta-feira. De acordo com as regras do Senado, o julgamento começaria no dia seguinte. Alguns democratas indiciaram que um atraso poderá ser orquestrado de modo a manter a agenda de Biden e as reuniões do seu gabinete.