Quem é Amanda Gorman, a jovem poetisa na tomada de posse de Biden?

Amanda Gorman tornou-se a mais jovem poetisa a marcar presença numa tomada de posse de um presidente norte-americano desde que há memória, ao dizer um dos seus poemas na cerimónia de posse de Joe Biden.

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Kevin Lamarque

Aos 22 anos, a escritora e intérprete Amanda Gorman é a poetisa mais jovem a actuar numa cerimónia de tomada de posse presidencial nos Estados Unidos da América.

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Aos 22 anos, a escritora e intérprete Amanda Gorman é a poetisa mais jovem a actuar numa cerimónia de tomada de posse presidencial nos Estados Unidos da América.

Gorman terminou o poema The Hill We Climb a 6 de Janeiro, o dia em que o Capitólio, em Washington D.C., foi invadido por apoiantes do antigo Presidente Donald Trump. O poema não faz referências directas ao golpe, mas a poetisa diz que lhe foram dados cinco minutos para ler na cerimónia e, antes do que descreveu numa entrevista como “a insurreição confederada” de 6 de Janeiro, tinha apenas escrito cerca de três minutos e meio.

“Agora, mais do que nunca, os Estados Unidos precisam de um poema ‘inaugural’. Temos de enfrentar estas realidades, se queremos avançar”, disse a jovem de Los Angeles, ao New York Times.

Apenas outros cinco poetas foram convidados a recitar um dos seus poemas em tomadas de posse presidenciais, uma tradição entre presidentes democratas. Amanda Gorman, que estudou Sociologia em Harvard, segue os passos de personalidades históricas como Maya Angelou, Richard Blanco e Robert Frost.

O tema escolhido para a tomada de posse de Joe Biden, a 20 de Janeiro, foi America United e Gorman disse à Associated Press que, embora não lhe tivesse sido dito o que escrever pelos organizadores, tinha sido encorajada a enfatizar a unidade em vez de “denegrir alguém” — ou declarar “ding, dong, a bruxa está morta”, depois da saída de Donald Trump.

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Desde criança que Gorman tem um impedimento de fala que torna difícil pronunciar alguns sons, algo com que o novo presidente norte-americano se consegue identificar. “Quando temos de nos ensinar a dizer sons [e] vivemos muito preocupadas com a pronúncia, isso dá-nos uma certa consciência do som, da experiência auditiva”, partilha. “Fez de mim a artista que sou e a contadora de histórias que me esforço por ser”, disse, numa entrevista recente ao Los Angeles Times.

Gorman tornou-se a poeta juvenil laureada de Los Angeles aos 16 anos. Três anos mais tarde, em 2017, enquanto estudava Sociologia em Harvard, tornou-se a primeira poetisa juvenil laureada nacional.

Nesse ano, disse ao New York Times que planeava candidatar-se à presidência em 2036 — e este continua a ser o plano, assegurou na entrevista à Associated Press. “Vou dizer a Biden que vou voltar”, riu-se.