Mediterrâneo: pelo menos 43 migrantes africanos morreram no primeiro naufrágio de 2021

A ONU pede que se reiniciem as operações de busca e salvamento nesta zona de travessia marítima.

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Membros da Organização Internacional para as Migrações (IOM) ajudam os sobreviventes resgatados em Zuwahra. IOM

Pelo menos 43 migrantes da África Ocidental que tentavam entrar na Europa morreram afogados junto à costa da Líbia na terça-feira. O barco, no qual embarcaram na madrugada de terça-feira em Zawya, terá virado devido à forte ondulação depois de o motor deixar de funcionar, poucas horas depois da partida. É o primeiro naufrágio de 2021 no Mediterrâneo central, reportou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

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Pelo menos 43 migrantes da África Ocidental que tentavam entrar na Europa morreram afogados junto à costa da Líbia na terça-feira. O barco, no qual embarcaram na madrugada de terça-feira em Zawya, terá virado devido à forte ondulação depois de o motor deixar de funcionar, poucas horas depois da partida. É o primeiro naufrágio de 2021 no Mediterrâneo central, reportou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

​Dez sobreviventes forem resgatados e levados para terra pela segurança costeira em Zuwahra, revelaram num comunicado conjunto a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)​. 

Os sobreviventes, na sua maioria da Costa do Marfim, da Nigéria, do Gana e da Gâmbia, reportaram que as vítimas mortais eram homens de países da África Ocidental. As organizações prestaram assistência aos migrantes resgatados, incluindo alimentação, água e exames médicos.

A Líbia, devastada pela guerra, é a principal rota para migrantes que querem chegar à Europa. As agências da ONU pedem a reactivação das operações de busca e salvamento no Mediterrâneo lideradas pelo Estado, o fim do reencaminhamento de migrantes para “portos inseguros”, o estabelecimento de um mecanismo de desembarcação seguro e previsível e uma maior disponibilidade dos Estados europeus para acolher um maior número de refugiados. Falhas que embarcações comerciais, e de organizações não-governamentais, têm tentado colmatar apesar dos seus recursos limitados.

Centenas de pessoas perderam a vida no ano passado a tentar atravessar o Mediterrâneo central, onde ocorreu o maior número de fatalidades numa única viagem migratória a nível mundial. O OIM e o ACNUR temem que, devido à capacidade limitada de monitorizar as rotas, o número real de vítimas mortais no Mediterrâneo central em 2020 tenha sido ainda mais elevado.

A situação dos migrantes e refugiados na Líbia continua extremamente precária, com detenções e apreensões arbitrárias nas piores das condições. Muitos são explorados por traficantes e contrabandistas, capturados para resgate, torturados, e abusados.