Covid-19: Sines cancela todos os festejos de Carnaval
“Queremos fazer a festa e ir para a rua, mas só quando as coisas estiverem bem”, diz presidente da associação local do Carnaval. “Essa deve ser a nossa principal preocupação, que se cuidem das vidas humanas primeiro”.
A Associação de Carnaval de Sines, no distrito de Setúbal, decidiu cancelar os festejos da edição deste ano do Carnaval devido à pandemia de covid-19, tal como já tinha feito Torres Vedras.
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A Associação de Carnaval de Sines, no distrito de Setúbal, decidiu cancelar os festejos da edição deste ano do Carnaval devido à pandemia de covid-19, tal como já tinha feito Torres Vedras.
“O Carnaval de 2021 está cancelado, assim como alguns projectos que tínhamos pensado para assinalar a data. Com o aumento de casos de covid-19 na região e no país já não vai ser possível”, avançou à agência Lusa o presidente da associação de Carnaval de Sines, Rui Encarnação.
A decisão foi tomada na sequência do confinamento geral determinado pelo Governo, em vigor a partir desta quarta-feira, que compromete a realização de algumas iniciativas, previstas para o mês de Fevereiro, como forma de assinalar uma festa que envolve toda a comunidade.
“[O grupo de percussão] “Skalabá Tuka” anunciou há pouco tempo uma parceria com a associação de Carnaval que estava a ser estudada, caso os números [covid-19] se mantivessem baixos. Como isso não aconteceu, decidimos que o melhor seria cancelar”, adiantou.
Assim, a associação decidiu não avançar com algumas das iniciativas programadas, como o desfile de um “trio eléctrico” pelas ruas da cidade, um evento online e uma exposição no Centro de Artes de Sines.
No entanto, indicou, a associação está “a ponderar, em conjunto com a Câmara Municipal de Sines, lançar um vídeo do início do Carnaval para que a data não passe em branco”.
“Queremos fazer a festa e ir para a rua, mas só quando as coisas estiverem bem e essa deve ser a nossa principal preocupação, que se cuidem das vidas humanas primeiro. Quando o Carnaval de Sines voltar será uma grande festa da união”, realçou.
Segundo Rui Encarnação, esta situação representa “prejuízos para a associação”, que “não está a conseguir cumprir com os acordos de pagamentos com as empresas” referentes a dívidas.
“A nossa grande fonte de receita é o Carnaval, além de outros eventos como as Tasquinhas de Sines e a festa de Passagem de Ano, onde era possível angariar algum dinheiro para cumprir com esses acordos de pagamento relativamente a dívidas do passado”, lamentou o responsável.
Para conseguir ultrapassar esta situação, a associação “conta realizar alguns eventos, mesmo que não sejam físicos, para tentar angariar alguma verba e cumprir com todas as obrigações”.
Os festejos, que se celebram em Sines desde 1926, contaram o ano passado com a visita de 50 mil pessoas e a participação de cinco escolas de samba, 17 carros alegóricos, 15 grupos alegóricos e oito foliões.
Durante os três dias de folia, além dos desfiles na principal avenida da cidade, incluindo o corso nocturno, o programa do Carnaval costuma incluir desfile de matrafonas, baile de máscaras sénior, torneio de futebol trapalhão, bailes nocturnos e o já tradicional enterro do Entrudo.