Viagra Boys e a maldição do segundo álbum
Viagra Boys em modo country? Welfare Jazz mostra que é possível (mas não desejável). O segundo álbum da banda punk sueca tem o mérito de tentar sair da zona de conforto, mas é um mau sinal que os seus melhores momentos surjam quando o grupo se fica pelo que já sabe que consegue executar.
Os Viagra Boys são uma banda estranha. Há dois anos, numa altura em que ainda havia concertos, falávamos das caóticas e barulhentas actuações deste grupo sueco, uma das cartas fortes do pós-punk actual, como experiências expurgatórias, ultra físicas, quase “perigosas”. Chegava a ser assustadora a desmedida entrega do vocalista Sebastian Murphy (nome anglo-saxónico porque nasceu e viveu até ao fim da adolescência nos Estados Unidos; Benjamin Vallé, Elias Jungqvist, Henrik Höckert, Oskar Carls e Tor Sjödén, os restantes membros, são todos naturais de Estocolmo), a forma como saltava de um lado para o outro e caía com estrondo no chão sem pensar muito nas consequências. O seu visual intrigava: entre o peito cheio de tatuagens (que conseguíamos sempre admirar porque raras eram as vezes que não cantava de tronco nu) e o corpo magricela que ao mesmo tempo exibia um pequeno solavanco na barriga, daqueles que costumam surgir depois da centésima cerveja, o artista podia muito bem fazer-se passar pelo tipo de indivíduo que não gostaríamos de ter pela frente em contexto de rixa nocturna. E no entanto, as suas canções falavam de cães e sapos espiões, pareciam condenar uma determinada espécie de masculinidade tóxica (ouvir: Sports) e sair em defesa dos desprotegidos.
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Os Viagra Boys são uma banda estranha. Há dois anos, numa altura em que ainda havia concertos, falávamos das caóticas e barulhentas actuações deste grupo sueco, uma das cartas fortes do pós-punk actual, como experiências expurgatórias, ultra físicas, quase “perigosas”. Chegava a ser assustadora a desmedida entrega do vocalista Sebastian Murphy (nome anglo-saxónico porque nasceu e viveu até ao fim da adolescência nos Estados Unidos; Benjamin Vallé, Elias Jungqvist, Henrik Höckert, Oskar Carls e Tor Sjödén, os restantes membros, são todos naturais de Estocolmo), a forma como saltava de um lado para o outro e caía com estrondo no chão sem pensar muito nas consequências. O seu visual intrigava: entre o peito cheio de tatuagens (que conseguíamos sempre admirar porque raras eram as vezes que não cantava de tronco nu) e o corpo magricela que ao mesmo tempo exibia um pequeno solavanco na barriga, daqueles que costumam surgir depois da centésima cerveja, o artista podia muito bem fazer-se passar pelo tipo de indivíduo que não gostaríamos de ter pela frente em contexto de rixa nocturna. E no entanto, as suas canções falavam de cães e sapos espiões, pareciam condenar uma determinada espécie de masculinidade tóxica (ouvir: Sports) e sair em defesa dos desprotegidos.