Fecho das escolas poderá servir como sinal político sobre a gravidade da situação, defende Marcelo

O Presidente-candidato recordou que a “decisão não foi pacífica na última reunião”, mas pode ser preciso dar um sinal político.

Foto
Marcelo Rebelo de Sousa esteve de visita à Universidade Nova de Carcavelos Daniel Rocha

O Presidente da República e recandidato defende que é preciso esperar pela reunião do Infarmed da próxima terça-feira para decidir sobre o encerramento, ou não, das escolas, pelo menos a partir do terceiro ciclo e secundário, mas admitiu que a decisão pode ser tomada para dar um sinal político à sociedade sobre a gravidade da situação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente da República e recandidato defende que é preciso esperar pela reunião do Infarmed da próxima terça-feira para decidir sobre o encerramento, ou não, das escolas, pelo menos a partir do terceiro ciclo e secundário, mas admitiu que a decisão pode ser tomada para dar um sinal político à sociedade sobre a gravidade da situação.

“Há aqui um fenómeno de percepção: se olharmos para a questão das escolas isolada do resto, há argumentos lógicos para ficarem abertas. Mas percebemos que há na opinião pública a percepção de que certas medidas têm de ser tomadas que são um sinal político forte. Há momentos em que a percepção política ganha maior importância”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

Acabado de promulgar as medidas intercalares de reforço do confinamento e antes de uma acção de campanha, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a próxima semana é o momento decisivo para a decisão política que será tomada na revisão do estado de emergência, depois de serem ouvidos os epidemiologistas no Infarmed e os partidos políticos em Belém.

Questionado sobre se não se está a adiar uma decisão inevitável, contribuindo para o aumento da pandemia, Marcelo recordou que “essa decisão não foi pacífica na última reunião”, nem a nível científico nem político e defendeu a necessidade de “uma posição muito clara e muito concordante sobre essa matéria, quer no universo dos especialistas, quer no universo político”.

Sobre se vai repensar a campanha eleitoral em curso, como já anunciaram Ana Gomes e João Ferreira, o candidato afirmou que ainda irá ponderar as acções que estão pensadas, “e que são várias”, mas considerou que “acções ligadas à saúde podem cumprir as duas funções: mostrar que a democracia não está suspensa e chamar a atenção para a pandemia e para o que ela implica na vida dos portugueses”.

Na mensagem partilhada na página da Presidência, após ter assinado o decreto do Governo com as alterações ao confinamento, apresentadas ontem por António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa admite que dentro de uma semana haverá uma reunião para analisar questões relacionadas com as escolas. Esta análise realiza-se já no rescaldo das eleições presidenciais, marcadas para domingo.

“Sendo certo que já dentro de uma semana, em sessão por ele sugerida, haverá nova reflexão com os especialistas acerca de outras temáticas, como as respeitantes ao ano lectivo em curso, e beneficiando já de mais dados sanitários, o Presidente da República assinou o decreto do Governo que que altera a regulamentação do estado de emergência”, lê-se no comunicado.