Na luta contra a abstenção, há projectos de jovens que apelam ao voto e simplificam a política
As funções de um Presidente da República e o que cada candidato defende são duas das muitas perguntas respondidas em várias páginas, criadas por jovens, que incentivam a votar e descomplicam a política.
Conhecer o sistema político português, as funções do chefe de Estado e o que defendem os candidatos às presidenciais de 2021. Tudo isto – e muito mais – pode ser conhecido de forma simples e esclarecedora em páginas nas redes sociais e sites apartidários, criados por jovens, que garantem ter informação fidedigna, encontrada, por exemplo, em meios de comunicação e sites do Governo. O P3 seleccionou algumas iniciativas que têm o objectivo de apelar ao voto e de informar, apresentando os candidatos e assuntos políticos de forma imparcial. A ida às urnas está marcada para 24 de Janeiro.
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Conhecer o sistema político português, as funções do chefe de Estado e o que defendem os candidatos às presidenciais de 2021. Tudo isto – e muito mais – pode ser conhecido de forma simples e esclarecedora em páginas nas redes sociais e sites apartidários, criados por jovens, que garantem ter informação fidedigna, encontrada, por exemplo, em meios de comunicação e sites do Governo. O P3 seleccionou algumas iniciativas que têm o objectivo de apelar ao voto e de informar, apresentando os candidatos e assuntos políticos de forma imparcial. A ida às urnas está marcada para 24 de Janeiro.
Eu Voto
Apoiada pela Comissão Nacional de Eleições, a plataforma Eu Voto surgiu para explicar política de “forma mais criativa, colorida e simples” sem o recurso a “palavras caras”, diz Vasco Galhardo Simões, de 25 anos, que desenvolveu a ideia com Diogo Marques, de 29 anos.
O movimento surgiu a 10 de Dezembro de 2020, mas na cabeça de Vasco já paira “há pouco mais de dois anos”. O jovem formado em Ciência Política e em Relações Internacionais percebeu que os amigos “não se interessavam pelas eleições, não sabiam quem eram os candidatos, nem tinham interesse” e quis mudar isso. Por “os políticos não falarem para os jovens”, a dupla quis assim “descomplicar” a política de modo a “aproximá-los”. Apesar de a maior parte dos seguidores ter entre 18 a 30 anos, é um espaço “aberto a todos”.
A página de Instagram recebe muitas mensagens e os criadores esclarecem as dúvidas. Recebem frequentemente questões de “pessoas que estão fora e querem saber como podem votar”. O projecto, que conta ainda com uma página no Facebook e um canal no YouTube, tem uma parceria com o Conselho Nacional de Juventude e o apoio da Comunidade, Cultura e Arte.
Politicamente Falando
Nascida em Agosto de 2019, o perfil Politicamente Falando no Instagram “não trata apenas os momentos eleitorais, apresenta uma abrangência um pouco maior” sobre assuntos políticos, explica João Silva, de 23 anos, um dos gestores da página, que partilha com mais 16 pessoas.
O projecto “não exprime opiniões políticas, apenas explica factos políticos”. Além do Instagram, têm dois podcasts: o Dá-me Lume, todas as sextas-feiras, e o No meu tempo é que vai ser com uma regularidade mensal. O primeiro pretende explicar mais detalhadamente “um dos temas abordados no Instagram ao longo da semana”; o segundo tem entrevistas aos “líderes das juventudes partidárias para dar a conhecer formas como os jovens podem participar na vida política”. Ambos estão disponíveis em diversas plataformas, como Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.
O público-alvo é a população jovem, “a dar os ‘primeiros passos’ no que é política”, mas não excluem nenhuma faixa etária – é para todos os que querem “aprofundar os seus conhecimentos”. A ideia deste projecto partiu de Raquel Lopes, de 23 anos, que espera assim ajudar a criar “uma geração informada, consciente e não apática”. O objectivo, diz João, é “descomplicar, simplificar e contar a política e os eventos políticos” nacionais e internacionais.
Todos os elementos têm formação em Comunicação ou Ciência Política, com idades entre os 19 e os 24. Está prevista a criação de um site até ao final de Março.
Política (NÃO) Importa
Com o intuito de “lutar contra a abstenção jovem”, a página Política (NÃO) Importa – criada a Setembro de 2020, no Instagram – tem por detrás 15 jovens, alguns deles entre os 19 e os 23 anos e com formação em Relações Internacionais e Comunicação.
Perceberam que precisavam de ter no grupo pessoas “de diferentes regiões, diferentes contextos académicos e diferentes interesses na política” e contam com “jovens embaixadores”, tal como lhes chamam. São jovens que levam este projecto para escolas secundárias, associações juvenis ou faculdades de norte a sul do país para sessões de conversas, actividades e exposições presenciais, de forma a “desmistificar a complexidade do assunto”, explica Simão Pedro, de 21 anos, de quem partiu a ideia.
Tendo como público-alvo os jovens entre os 17 e os 19 anos, aqueles que estão a “iniciar a sua participação política e cívica”, a página quer mostrar-lhes “a importância de se fazerem ouvir”.
Descompolitica-te
Quatro amigos, entre os 23 e os 26 anos, formados em Engenharia Informática, Civil e Electrotécnica e de Computadores, juntaram-se para criar a página Descompolitica-te, a 16 de Novembro de 2020, no Instagram. Para “descomplicar a política no geral e as eleições presidenciais aí à porta”, a equipa aposta “em analogias para que seja mais fácil captar o público e estimular o gosto pela política”, como é o caso de associar o sistema político português a uma casa e explorar os diferentes cantos dela.
Bruno Mota da Silva, de 24 anos, percebeu que os amigos “não se sentiam à vontade para discutir política, porque não conheciam e achavam que era uma seca”. Assim, desafiou três amigos para criar o projecto.