Com os Jogos Olímpicos a aproximarem-se, o Japão aposta em robôs de testagem
Os Jogos Olímpicos de Verão, já adiados por um ano, vão para a frente em 2021, apesar da nova vaga do novo coronavírus que atinge o país. O ministro da Saúde japonês assistiu a uma demostração do que poderá ser o futuro do combate à covid-19: robôs que recolhem amostras e realizam testes PCR.
O ministro da Saúde do Japão assistiu esta terça-feira, 19 de Janeiro, a uma demonstração de um protótipo de uma máquina de testagem automática da covid-19, que usa um braço robótico para recolher uma amostra do nariz da pessoa e revela os resultados em cerca de 80 minutos.
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O ministro da Saúde do Japão assistiu esta terça-feira, 19 de Janeiro, a uma demonstração de um protótipo de uma máquina de testagem automática da covid-19, que usa um braço robótico para recolher uma amostra do nariz da pessoa e revela os resultados em cerca de 80 minutos.
O sistema robótico, construído pela Kawasaki Heavy Industries Inc., cabe num contentor de transporte convencional que pode ser transportado por uma carrinha e instalado em estádios, parques temáticos e outros sítios de grandes ajuntamentos, explica a empresa.
“Considerando a tendência global, precisamos de aumentar o número de pessoas a ser testadas e a procura por testes preventivos está a aumentar”, contou o ministro da Saúde, Norihisa Tamura, aos repórteres, durante a demonstração.
A administração do primeiro-ministro Yoshihide Suga tem recebido críticas pela escassez de testagem do Japão. O Governo japonês está sob pressão para mostrar que tem a pandemia sob controlo, a menos de 200 dias do começo dos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio - já adiados por um ano - e com as vacinações ainda por começar.
O uso de sistemas de testagem robóticos pode ajudar a preservar os recursos humanos médicos e melhorar a precisão dos testes no geral, disse Tamura, sem se comprometer a usar a máquina da Kawasaki Heavy.
O protótipo demonstrado nesta terça-feira usa braços robóticos conduzidos por humanos para recolher amostras de indivíduos e realizar os testes PCR (reacção de polimerização em cadeia). O sistema está incorporado em contentores de transporte móveis, de cerca de 12 metros, que seriam capazes de processar até 2000 amostras a cada 16 horas.
Os seus criadores garantem que o sistema oferece maior eficiência em escala e melhor protecção para os profissionais de saúde, que podem até operar a testagem remotamente.
Desde o início da pandemia, o Japão tem feito menos testes do que outras grandes potências económicas, focando-se nas cadeias de infecção e no rastreamento do vírus. O Japão realiza cerca de 55 mil testes PCR diariamente, menos de metade da sua capacidade, de acordo com dados governamentais.
Com 337 mil casos e 4598 mortes, tem resistido à pandemia melhor do que a maioria das grandes potências económicas. No entanto, o país foi atingido por uma terceira onde de infecções, que tem provado uma maior e mais mortal transmissão do que as anteriores, e forçou o Governo a anunciar um novo estado de emergência em Janeiro.
Suga avançou que o Governo pretende ter a primeira vacina contra a covid-19 aprovada e com as inoculações a começar no final de Fevereiro, vários meses após muitos outros países.