Bancos dão sinais de que podem vir a apertar concessão de crédito
Três dos cinco maiores bancos portugueses prevêem que, nos próximos três meses, os seus critérios de concessão de crédito às empresas se irão tornar “ligeiramente mais restritivos”
Os bancos portugueses e do resto da zona euro estão, em média, a prever que, durante os próximos três meses, se assista a uma maior exigência nas condições de concessão de crédito aos particulares e, especialmente, às empresas, revelaram esta terça-feira o Banco de Portugal e o Banco Central Europeu (BCE).
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Os bancos portugueses e do resto da zona euro estão, em média, a prever que, durante os próximos três meses, se assista a uma maior exigência nas condições de concessão de crédito aos particulares e, especialmente, às empresas, revelaram esta terça-feira o Banco de Portugal e o Banco Central Europeu (BCE).
No caso de Portugal, o inquérito realizado aos cinco maiores bancos nacionais revela que três deles antecipam que os seus critérios de concessão de crédito às empresas se irão tornar, nos próximos três meses, “ligeiramente mais restritivos”. Os outros dois afirmam que os critérios “permanecerão praticamente inalterados.
Na concessão de crédito aos particulares, apenas um dos bancos espera tornar “ligeiramente mais restritivos” os critérios usados na concessão de crédito, seja para compra de casa, seja para consumo. Os outros quatro bancos dizem que irão manter os critérios “praticamente inalterados”.
A expectativa dos bancos é, em média, a de que a procura de crédito por parte das empresas diminua ligeiramente nos próximos três meses, mantendo-se inalterado no caso dos particulares.
A expectativa dos bancos portugueses está em linha com aquilo que acontece no total da zona euro. O inquérito realizado a 143 bancos pelos bancos centrais do eurosistema revela que estes antecipam, em termos líquidos, um endurecimento das condições de acesso ao crédito, tanto para as empresas como para as famílias, em simultâneo com uma redução da procura.
Entre as maiores economias, é em França e em Espanha que é mais elevada a percentagem de bancos a apontar para uma maior restritividade no crédito. Itália encontra-se no pólo oposto.
Para o BCE, que tem vindo a tentar estimular a concessão de crédito por parte dos bancos através de uma política de financiamento ao sector financeiro da zona euro a taxas de juro negativas, este aviso agora dado pelos bancos constitui um motivo de preocupação, já que pode significar que a sua estratégia para reanimar a economia da zona euro está a perder eficácia.