União Europeia lança um Novo Bauhaus para potenciar Pacto Ecológico

Projecto inspirado na herança inovadora da escola fundada por Walter Gropius vai materializar-se num site e num prémio para promover “novas soluções sustentáveis e inclusivas”.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen JOHANNA GERON/LUSA

Já havia o Prémio de Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe – que em 1988 teve Álvaro Siza como primeiro distinguido –; agora, a União Europeia (EU) lança o Novo Bauhaus, um projecto que, entroncando na herança da arquitectura inovadora da escola fundada em 1919, na Alemanha, pelo arquitecto Walter Gropius (1883-1969), se propõe estender a sua atenção e acção a outras áreas e disciplinas.

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Já havia o Prémio de Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe – que em 1988 teve Álvaro Siza como primeiro distinguido –; agora, a União Europeia (EU) lança o Novo Bauhaus, um projecto que, entroncando na herança da arquitectura inovadora da escola fundada em 1919, na Alemanha, pelo arquitecto Walter Gropius (1883-1969), se propõe estender a sua atenção e acção a outras áreas e disciplinas.

“O Novo Bauhaus Europeu é um projecto ambiental, económico e cultural que visa combinar a concepção, a sustentabilidade, a acessibilidade, o baixo custo e o investimento, a fim de ajudar a concretizar o Pacto Ecológico Europeu”, diz o site da Comissão Europeia (CE), que esta segunda-feira avançou com a primeira fase de concretização de uma iniciativa já prometida, em Setembro do ano passado, pela presidente Ursula von der Leyen.

Numa primeira fase, ainda este ano e até ao Verão, o Novo Bauhaus europeu vai materializar-se na criação de um prémio para “realizações já existentes” – edifícios, espaços públicos, práticas, métodos… – que se mostrem ilustrações concretas dos valores da agenda política e cívica europeia. A atribuir numa dezena de categorias, o prémio valerá 30 mil euros em cada uma delas, além do apoio à realização de um documentário ou de uma exposição.

Numa segunda fase, no Outono, serão criados cinco gabinetes com projectos-piloto noutros tantos Estados membros da UE, a partir dos quais se possa avançar para projectos de execução de “novas soluções sustentáveis e inclusivas”, e que cumpram a missão de “divulgar e difundir as ideias e os conceitos que definem o novo Bauhaus Europeu”, diz a CE.

O Novo Bauhaus europeu é um projecto de esperança destinado a explorar formas de uma melhor vida em comum após a pandemia. Trata-se de adequar a sustentabilidade ao estilo, a fim de aproximar o Pacto Ecológico Europeu da mentalidade e das casas das pessoas. Precisamos de todas as mentes criativas – projectistas, artistas, cientistas, arquitectos e cidadãos – para que o Novo Bauhaus seja um sucesso”, perspectiva a líder europeia numa declaração citada no site da Comissão.

Um século depois do aparecimento da escola visionária da Bauhaus, a CE propõe-se, então, associar à arquitectura todas as disciplinas e artes que visem promover os valores da durabilidade, sustentabilidade e abertura ao espírito do nosso tempo, nomeadamente àqueles que foram consagrados no Pacto Ecológico Europeu. “O novo Bauhaus europeu diz respeito à forma como vivemos juntos, aos nossos valores, aos nossos espaços comuns de trabalho e de lazer, às nossas experiências colectivas e privadas”, diz, por sua vez, a comissária portuguesa Elisa Ferreira, responsável pelo pelouro da Coesão e Reformas, também citada. “Trata-se de um projecto para todas as regiões e territórios da Europa”, acrescenta a ex-eurodeputada socialista.

Segundo o jornal Le Figaro, nem todos os países da União estão a aceitar a bondade do projecto. E cita o caso dos Países Baixos, onde foi lançada uma petição, assinada por artistas, professores e investigadores, contestando o carácter pouco inclusivo do Novo Bauhaus, considerado “demasiado ocidental e eurocêntrico”. O diário francês cita Elisa Ferreira a responder a estas reservas, dizendo que “o importante não é tanto o nome, mas o conceito”, e a sublinhar que o Novo Bauhaus tem uma base interdisciplinar e visa “aproximar-se o mais possível das populações do Pacto Ecológico”, reforçando os valores da “inclusão, da durabilidade e da estética”.