Cópia do Salvator Mundi de Leonardo da Vinci foi roubada e recuperada em Nápoles
Tela pertence ao Museu da Igreja de San Domenico Maggiore, cujo prior não tinha conhecimento do seu desaparecimento. A polícia encontrou-a na casa de um comerciante da cidade.
Enquanto permanece desconhecido o paradeiro do Salvator Mundi atribuído a Leonardo da Vinci (1452-1519), que em 2017 bateu o recorde do mercado mundial da arte ao ser vendido na Christie’s de Nova Iorque por mais de 400 milhões de euros, uma cópia desta obra feita na escola do mestre da Renascença foi roubada, e depois encontrada, em Nápoles.
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Enquanto permanece desconhecido o paradeiro do Salvator Mundi atribuído a Leonardo da Vinci (1452-1519), que em 2017 bateu o recorde do mercado mundial da arte ao ser vendido na Christie’s de Nova Iorque por mais de 400 milhões de euros, uma cópia desta obra feita na escola do mestre da Renascença foi roubada, e depois encontrada, em Nápoles.
A notícia foi divulgada esta segunda-feira pela polícia napolitana, que anunciou ter encontrado no passado sábado num apartamento da cidade, na sequência de “uma operação complexa”, a versão do Salvator Mundi pertencente ao Museu da Igreja de San Domenico Maggiore.
A pintura encontrava-se na casa de um comerciante de 36 anos, que disse à polícia tê-la comprado numa feira de velharias. O homem foi detido para mais averiguações.
O que é também estranho em toda esta história é o facto de o roubo não ter sido detectado no museu, nem comunicado à polícia. “Nós contactámos o prior [da Igreja de San Domenico Maggiore], que não tinha conhecimento do desaparecimento, porque o espaço onde o quadro estava guardado se encontrava fechado há três meses”, disse aos jornalistas o procurador Giovanni Melillo. E acrescentou ser provável “que se tenha tratado de um roubo encomendado por uma organização dedicada ao comércio internacional de arte”.
Tal como em toda a Itália, este museu de Nápoles tem estado fechado ao público nos últimos meses devido à pandemia.
Alfredo Fabbrocini, que dirigiu a operação policial, manifestou a sua “grande satisfação” por ter conseguido restituir à cidade de Nápoles “um bem com esta importância”.
O Museu da Igreja de San Domenico Maggiore, no centro da cidade, detém uma importante colecção de pintura antiga, e foi já alvo de roubos em ocasiões passadas. Isso levou os seus responsáveis a depositar várias das suas obras noutros museus da cidade, entre elas telas de Caravaggio, Rafael e Ticiano.
Segundo a descrição feita pela polícia, o Salvator Mundi agora recuperado encontrava-se numa sala grande do museu, com várias portas de madeira com fechaduras antigas, e chaves que normalmente são guardadas num cofre-forte.
No site do museu daquela igreja napolitana, pode ler-se que este Salvator Mundi é uma cópia feita no final da década de 1510 da obra que Leonardo da Vinci terá pintado entre 1506 e 1513 destinada ao rei francês Luís XII, e que depois chegou à colecção dos reis Carlos I e II de Inglaterra. A tela terá chegado a Nápoles pela mão de um conselheiro e embaixador de Carlos V. Mas não há informação fixada sobre quem terá sido o discípulo da Escola de Leonardo em Milão seu autor. A pintura reproduz os mesmos elementos da representação bizantina de Cristo, com a figura do seu rosto ao centro, uma mão benzendo e outra segurando um globo transparente.
Segundo a CNN, o Salvator Mundi napolitano foi exposto na Villa Farnesina, em Roma em 2019, no quadro do quinto centenário da morte de Leonardo, e terá regressado à cidade do sul de Itália no final da exposição, no início de 2020.
A polícia não adiantou nenhum detalhe sobre quando e como teve conhecimento do desaparecimento da obra.